A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira, 17, que os presidentes dos países que foram o Mercosul devem "trabalhar ativamente" para recuperar a fluidez do comércio intrabloco, formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. "Assim conseguiremos retomar a trajetória de crescimento ascendente", disse Dilma.
Por 21 minutos, Dilma falou sobre a necessidade de "aprofundar" o Mercosul, as dificuldades colocadas pela crise econômica mundial e a expectativa pelo acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Dilma também citou a decisão de emplacar todos os veículos dos países com "placas Mercosul", de forma a facilitar a livre circulação dos habitantes do bloco.
"Podemos nos orgulhar também da definição de temas permanentes, como a agenda dos direitos humanos e, a partir de agora, com a instalação da reunião de autoridades de povos indígenas", disse Dilma, que hoje recebeu a simbólica presidência temporária do Mercosul das mãos de Cristina Kirchner, anfitriã da Reunião da Cúpula na cidade de Paraná, capital da província de Entre Ríos.
Dilma afirmou que aguarda um movimento de Bruxelas, a capital da União Europeia, quanto ao acordo de comércio entre os europeus e o Mercosul.
A presidente se emocionou e chorou ao elogiar, no fim de seu pronunciamento, o colega José "Pepe" Mujica, presidente do Uruguai. "Aprendemos muito com a experiência e intercâmbio que tivemos com você nos últimos anos", disse Dilma, com a voz embargada. Mujica conclui seu mandato em março e a reunião de hoje do Mercosul é seu último compromisso multilateral.
Após seu discurso, Dilma voltou seus olhos para o tablet, onde acessa dados da economia mundial. Quando citou o preço do petróleo, Dilma segurou seu tablet. "Hoje, exatamente neste momento, o preço do barril do petróleo oscila entre US$ 54 e US$ 58. Esta é uma realidade", disse Dilma.
Argentina
Dilma reiterou apoio à Argentina em relação aos chamados "fundos abutres", que não participaram da reestruturação da dívida daquele país e que cobram na Justiça valor integral dos bônus.
"Não podemos aceitar que a ação de um grupo de especuladores prejudique o bem-estar de país e povos inteiros, colocando sob risco elementos fundamentais, que são os acordos soberanos feitos por países para tratar as relações das dívidas", criticou a presidente em sua fala. (Colaborou Igor Gadelha)