Política

Dias defende primárias no PSDB para eleição de 2014

12 mar 2011 às 16:53

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, disse hoje que os problemas em torno das eleições para a presidência do partido, em maio, refletem na verdade a disputa do projeto político para 2014. Para Dias, a criação de um colegiado de líderes, que teria a participação do ex-governador José Serra, e a manutenção do deputado Sérgio Guerra (PE) na presidência do partido não são o foco da divergência do PSDB. "O que de certa forma estimula o acirramento interno é o projeto 2014, não é a presidência do partido", admitiu o senador, após participar da missa em memória do décimo aniversário de falecimento do ex-governador de São Paulo Mario Covas, no Mosteiro de São Bento, região central de São Paulo. "Eu não creio que esse (criação de um colegiado) seja o caminho, minha tese é outra."

Para contornar as divergências entre lideranças tucanas, ele sugeriu a realização de primárias para a escolha do candidato do PSDB à Presidência nas eleições de 2014. Na avaliação dele, é preciso ampliar a participação popular no partido, e as primárias seriam a melhor forma para que isso ocorresse. "Nós temos no partido lideranças extremamente qualificadas e responsáveis, maduras, e isso nos autoriza a pensar na realização de primárias para a escolha do candidato para a Presidência da República, porque a questão é a Presidência da República", afirmou. "Se nós decidirmos sobre o modelo e a estratégia para a escolha do candidato a presidente da República, fica tudo mais fácil, e a administração dos eventuais e legítimos interesses e pretensões pessoais será muito mais eficiente."

O senador defendeu que as primárias fortaleceriam o partido, facilitariam a tarefa da legenda de fazer oposição e deixariam o processo interno de escolha da direção do PSDB mais tranquilo. "Isso seria bom para o fortalecimento do partido e também para a tarefa de se fazer oposição ao atual governo", afirmou. "Um debate que se realiza em primárias com a participação de candidatos com perfis diferentes proporcionaria uma análise mais aprofundada do modelo vigente. Porque há candidatos que não são muito agressivos e, ampliando, teríamos a oportunidade de ter candidatos mais agressivos para desconstruir um patrimônio que é construído muitas vezes através de mistificação e mentira. Eu creio que o partido ganharia muito se adotasse esse modelo."


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