Política

Deputados federais ligados a Londrina custaram R$ 12,1 milhões aos cofres públicos em 2023

24 dez 2023 às 08:00

Os sete deputados federais ligados a Londrina gastaram em 2023 um total de R$ 12.169.749,64 dos cofres públicos. O valor é dividido entre as remunerações mensais - que começaram o ano em R$ 39,2 mil e hoje estão na casa dos R$ 41,6 mil - cotas parlamentares, auxílio-moradia, viagens oficiais, verba de gabinete e ajuda de custo.


Luiz Carlos Hauly (Podemos) assumiu a vaga de Deltan Dallagnol (Novo) em julho, por isso os gastos são menores do que os dos demais deputados. No entanto, em cinco meses de mandato, o ex-prefeito de Cambé usou 86,6% da verba de gabinete disponível, totalizando R$ 410.086,54 para pagar salários de secretários parlamentares. 


Além disso, também usou R$ 158.963,74 das cotas parlamentares para cobrir gastos com divulgação, aluguel de veículos, combustíveis, manutenção e telefonia. Hauly também declarou ter gasto R$ 13.478 com auxílio-moradia. Esses valores são adicionados à remuneração pessoal, que, no período, foi de R$ 270.730,98. Ao todo, Luiz Carlos Hauly custou à União, este ano, cerca R$ 895 mil.


Luisa Canziani (PSD) foi a deputada de Londrina que mais utilizou recursos públicos. A filha de Alex Canziani, atual presidente do Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), fez uso de R$ 472.970,11 das cotas parlamentares, aproveitou 96,7% da verba de gabinete - totalizando R$ 1.030.716,81 para o pagamento de funcionários -, além de R$ 20.651,67 com viagens oficiais e R$ 534.389,16 de remuneração anual. Ao todo, Canziani gastou R$ 2,098 milhões.


Diego Garcia (Republicanos) não ficou para trás. O deputado federal foi o segundo maior consumidor das verbas públicas entre os londrinenses, totalizando R$ 2,068 milhões em 2023. Além da remuneração anual de mais de meio milhão de reais, Garcia utilizou R$ 480.568,04 em gastos com passagem aérea, combustíveis, divulgação, táxi, pedágio e hospedagem. Já para a remuneração de seus secretários foram utilizados pouco mais de R$ 1 milhão.


O pré-candidato à prefeitura de Londrina Filipe Barros (PL) custou R$ 1,853 milhão à União. Ao todo, o deputado aliado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gastou R$ 386.591,63 das cotas paralamentares, utilizou 83,8% da verba de gabinete (R$ 892.962,93) e fez uma viagem oficial de R$ 5.660,30, além da remuneração anual de R$ 534.389,16.


A reportagem entrou em contato com os deputados federais citados para se posicionarem sobre os valores apresentados. Diego Garcia foi o primeiro a responder. De acordo com ele, todos os gastos estão dentro do limite permitido para um gabinete parlamentar.


Neste domingo (24), após a repercussão da reportagem, a assessoria do deputado Filipe Barros respondeu aos contatos iniciais. No documento enviado, Barros afirmou que "os custos da atividade parlamentar são facilmente superados pelos resultados que eu e minha equipe conseguimos apresentar", citando as verbas trazidas a Londrina por meio de emendas parlamentares.


Vale ressaltar que os valores apresentados na reportagem são brutos, ou seja, ainda serão descontados o IR (Imposto de Renda) e a contribuição previdenciária. Também é citável o fato de todos os deputados terem recebido a ajuda de custo de R$ 39,2 mil por ser o primeiro ano do mandato de quatro anos. Para os deputados que assumiram a partir de abril, o valor da ajuda foi de R$ 41,6 mil, de acordo com a correção salarial aprovada pela própria Câmara dos Deputados.


Confira abaixo o relatório completo dos deputados ligados a Londrina:


Hauly (Podemos)


Cotas parlamentares: R$ 158.963,74  

Verba de gabinete: R$ 410.086,54 (86,6%) 

Auxílio-moradia: R$ 13.478,00

Viagens oficiais: R$ 0,00

Salário anual (com 13º): R$ 270.730,98

Ajuda de custo: R$ 41.650,92

Total: 894.910,18


Luisa Canziani (PSD)


Cotas parlamentares: R$ 472.970,11 

Verba de gabinete: R$ 1.030.716,81 (96,7%) 

Auxílio-moradia: R$ 0,00

Viagens oficiais: R$ 20.651,67

Salário anual (com 13º): R$ 534.389,16

Ajuda de custo: R$ 39.293,32

Total: R$ 2.098.021,07


Diego Garcia (Republicanos)


Cotas parlamentares: R$ 480.568,04 

Verba de gabinete: 1.014.622,05 (95,2%) 

Auxílio-moradia: R$ 0,00

Viagens oficiais: R$ 0,00

Salário anual (com 13º): R$ 534.389,16

Ajuda de custo: R$ 39.293,32

Total: R$ 2.068.872,57

Filipe Barros (PL)


Cotas parlamentares: R$ 386.591,63 

Verba de gabinete: R$ 892.962,93 (83,8%)

Auxílio-moradia: R$ 0,00

Viagens oficiais: R$ 5.660,30

Salário anual (com 13º): R$ 534.389,16

Ajuda de custo: R$ 39.293,32

Total: R$ 1.853.236,74


Beto Richa (PSDB)


Cotas parlamentares: R$ 429.461,98

Verba de gabinete: R$ 787.544,08 (73,9%) 

Auxílio-moradia: R$ 46.211,23

Viagens oficiais: R$ 0,00

Salário anual (com 13º): R$ 534.389,16

Ajuda de custo: R$ 39.293,32

Total: R$ 1.836.899,77


Marco Brasil (PP)


Cotas parlamentares: R$ 334.683,20

Verba de gabinete: 1.017.628,38 (95,5%) 

Auxílio-moradia: R$ 0,00

Viagens oficiais: R$ 0,00

Salário anual (com 13º): R$ 534.389,16

Ajuda de custo: R$ 39.293,32

Total: R$ 1.925.994,06


Sargento Fahur (PSD)


Cotas parlamentares: R$ 247.475,29

Verba de gabinete: R$ 670.657,48 (62,9%)

Auxílio-moradia: R$ 0,00

Viagens oficiais: R$ 0,00

Salário anual (com 13º): R$ 534.389,16

Ajuda de custo: R$ 39.293,32

Total: R$ 1.491.815,25


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