O deputado João Correia (PMDB-AC) anunciou nesta segunda-feira (11) no plenário da Câmara o início de uma greve de fome com o intuito de mobilizar o Conselho de Ética a julgar o seu processo ainda este ano. Correia é acusado de participar da máfia dos sanguessugas. Ele terá acompanhamento médico. As informações são do Terra.
O deputado não foi reeleito e, como o colegiado julgou apenas um dos 67 processos (de Celcita Pinheiro, do PFL de Mato Grosso), o seu deve ser arquivado. Isso, no entanto, não é suficiente para Correia. "Eu não tenho competência para carregar essa culpa. Eu quero ser julgado e que digam se sou culpado ou inocente", afirmou.
O prazo para julgamento dos deputados termina no dia 22, data que começa o recesso parlamentar. No próximo ano, apenas os processos dos cinco deputados reeleitos devem ser reabertos.
Nesta terça-feira (12) Correia disse que o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, ligou para ele segunda-feira à noite dizendo que respeita a decisão do parlamentar de fazer greve de fome.
Correia tentou informar o presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), sobre a sua greve de fome, mas não conseguiu localizá-lo. A assessoria do colegiado informou que o deputado tem realmente agido diferente dos outros julgados, comparecendo a todas as sessões e fazendo questão de depôr.
A secretária-geral da Câmara deu o aval à greve de Correia em razão de precedentes deste tipo, como a greve de fome feita pelo então deputado Siqueira Campos em 1985 pela criação do estado de Tocantins.