Política

Delegado da PF é próximo ouvido do caso Shirogohan

09 jun 2010 às 12:46

Mais uma fase da instrução do processo criminal contra oito ex-vereadores e o ainda vereador pastor Renato Lemes foi realizada na manhã de hoje na 3ª Vara Criminal de Londrina. Eles são acusados de concussão, que é a extorsão praticada por agente público, contra o dono da boate erótica Shirogohan, Claudemir Medeiros.

De acordo com a denúncia ajuizada pelo Ministério Público, o grupo teria exigido R$ 15 mil em 2006 para aprovar projeto de lei que mudou o zoneamento da área onde está localizada a boate - às margens da BR-369, na saída para Ibiporã – permitindo que lá fosse instalado um motel.


Hoje foi ouvido o major Adalberto Pereira da Silva, ex-secretário de Governo de Nedson Micheleti (PT). Ele foi arrolado como testemunha pelo Ministério Público já que foi Silva quem recomendou ao empresário que procurasse o então vereador Sidney de Souza para buscar a alteração legislativa que pretendia. "Hoje ele confirmou que fez o primeiro contato com o empresário e lhe disse que a Prefeitura nada poderia fazer: deveria procurar a Câmara", afirmou o promotor Jorge Fernando Barreto da Costa, que acompanhou a audiência.


A próxima testemunha a ser ouvida – também arrolada pelo MP – é o ex-delegado-chefe da Polícia Federal em Londrina, Sandro Vianna, que hoje está em Marília, no interior de São Paulo. Ele será ouvido por carta precatória no dia 22 de julho. Viana foi intimado porque teria apresentado o empresário Claudemir Medeiros ao secretário Adalberto da Silva.


Em 10 de agosto, a testemunha será a vítima, o empresário Claudemir Medeiros, que em depoimento ao MP confirmou ter sido extorquido. Ele afirmou que pagou R$ 15 mil e que o dinheiro foi exigido por Sidney de Souza.


Uma das testemunhas já ouvida neste processo foi o ex-prefeito Nedson Micheleti (PT), que afirmou não ter conhecimento de qualquer eventual pedido de propina. Ele participou de churrasco oferecido por Medeiros após a aprovação do projeto de alteração de zoneamento, cuja lei foi sancionada por Nedson.


São réus no processo além de Renato Lemes, os ex-vereadores Henrique Barros, Orlando Bonilha, Luiz Carlos Tamarozzi, Renato Araújo, Sidney de Souza, Gláudio Renato de Lima, Flávio Vedoato e Osvaldo Bergamin. Bonilha, que esteve preso e foi cassado pelos pares, confirmou que havia um esquema de cobrança de propina na Câmara na legislatura passada cujo objetivo seria arrecadar dinheiro de quem precisasse de de alterações legislativas.


Este é apenas um dos casos de suposta cobrança de propina em que o grupo de vereadores é réu. Outros processos criminais por concussão tramitam no Fórum de Londrina. "Criava-se dificuldades para vender facilidades", resumiu o promotor Jorge Barreto em entrevista à Paiquerê AM.

Notícia atualizada às 12h30.


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