O advogado João Augusto Sinhorin, que representa a ex-vereadora Elza Correia em um processo movido por suposta calúnia contra o vereador Boca Aberta (PR), quer que o juiz da 5ª Vara Criminal de Londrina, Paulo César Roldão, analise a ausência do parlamentar em uma audiência de instrução realizada no dia 18 de abril. A falta, segundo Boca Aberta, foi justificada com a apresentação de um atestado dentário, e por isso o interrogatório acabou adiado. Mas, para a defesa de Elza Correia, o documento "tem severos indícios de falsidade".
Também há um pedido para que o magistrado reveja uma decisão proferida no último dia 22, feita de forma "desatenta", na visão do advogado, do indeferimento de decretação de prisão preventiva do vereador. "Em momento algum a assistência pleiteou a detenção do acusado. Porém, esse juízo "indeferiu" o pedido da custódia preventiva e fundamentou isso como se fosse uma solicitação formulada por esta parte", diz a defesa de Elza.
A revisão foi pedida com cautela. "Este advogado em particular nutre um respeito muito grande pela pessoa de Vossa Excelência, contudo, não se pode furtar da necessidade de exigir mais atenção nos despachos prolatados na presidência destes autos". Para Sinhorin, a urgência na reavalição da decisão de Roldão se justifica porque "deste crime, estão envolvidas duas personalidades públicas, sendo que o réu, como é sabido pelo juízo, vale-se desse tipo de decisão para fazer sua plataforma política".
Procurado pela reportagem, Boca Aberta apenas afirmou que, no dia da audiência, "estava em tratamento dentário. Somente isso. Protocolei o atestado nos autos dizendo o ocorrido." Segundo o acusado, Elza Correia "pediu sim a prisão dele. Vou entrar com uma medida de reparação", confirmou. Ele é réu em mais dois processos impetrados pela ex-vereadora por injúria e difamação. Os dois já trocaram farpas durante uma reunião da Comissão de Direitos Humanos em março deste ano.
No encontro, que aconteceu na Câmara, Boca Aberta relembrou uma medida protetiva conquistada por Elza e que o proibia de chegar a menos de 200 metros dela. O vereador ameaçou chamar a polícia, mas desistiu da ideia pouco depois.