A Central Única dos Trabalhadores (CUT) é favorável à realização de uma reforma da previdência, mas não concorda com todos os pontos da proposta apresentada pelo Governo federal, que está em tramitação na Câmara dos Deputados.
No final da tarde desta sexta-feira, os delegados que participam do 8ª Congresso Nacional da CUT, que está sendo realizado em São Paulo, aprovaram a proposta de reforma defendida pela Articulação Sindical, a corrente majoritária, e mais afinada com o governo, que conta com mais de 50% dos delegados da entidade.
Segundo o presidente da CUT, João Felício, a proposta da Articulação foi aprovada "pela maioria esmagadora" dos delegados, derrotando, entre outras, a proposta apresentada pela corrente contrária à reforma da previdência, o Movimento por uma Tendência Socialista (MTS), composto por representantes do PSTU.
João Felício disse a jornalistas que agora a CUT vai defender publicamente sua proposta de reforma. Ela inclui, por exemplo, um teto de 20 salários mínimos para todas as aposentadorias (equivalente, hoje, a R$ 2.400,00), e mantém posição contrária à taxação dos servidores públicos inativos, defendida pelo governo. A CUT também é contra a mudança das regras da aposentadoria por tempo de serviço.
A posição aprovada nesta sexta-feira pelos delegados será levada ao Congresso Nacional no próximo dia 11, quando as centrais sindicais contrárias à proposta de reforma do Governo realizarão uma manifestação em Brasília. Felício disse esperar que pelo menos 20mil trabalhadores participem da manifestação.
Segundo o sindicalista, "o objetivo é estabelecer um processo de negociação com o Congresso Nacional". Felício acredita que o presidente Lula vai se "sensibilizar" diante da proposta apresentada pela CUT.