Política

CPI discute adoções ilegais de crianças paranaenses

24 abr 2013 às 14:19

Integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas vão se reunir hoje, às 17 horas, com o diplomata da embaixada dos Estados Unidos Walter Kerr para discutir o caso das adoções de crianças no interior do Paraná por famílias americanas.

Segundo o presidente da CPI, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), somente a ONG Limiar, que atua em quatro estados brasileiros, teria intermediado cerca de 2,3 mil adoções. Boa parte destas crianças, segundo o parlamentar, teria como destino o território americano.


No encontro, a comissão quer discutir que mecanismos os dois países podem utilizar para evitar que tais adoções "mascarem" o tráfico de seres humanos.


Jordy disse que a CPI tem informação de que os pretendentes de crianças brasileiras desembolsariam entre 20 e 24 mil dólares por adoção.


Há 15 dias, a Polícia Federal apreendeu, na casa de Audelino de Souza, representante da ONG, documentos que comprovariam o pagamento de comissão para intermediar o recrutamento e envio dos menores para o exterior. "A situação da Limiar é muita mais grave e complexa do que poderíamos imaginar. Com a apreensão desses documentos na casa de um dos seus representantes, ficou evidente a grandeza e o envolvimento desta instituição na adoção ilegal de crianças", afirmou Jordy.


Viagem aos Estados Unidos


Arnaldo Jordy adiantou que, após a conversa com o diplomata americano, avaliará juntamente com os demais integrantes da CPI a possibilidade de uma comitiva de deputados viajar aos Estados Unidos para acompanhar de perto a atual situação dos adotados. "Parece-nos que aquele país é o principal ‘mercado’ de adoção das nossas crianças, por isso vamos analisar a possibilidade de ver esta situação de perto", acrescentou.


Requerimentos

A CPI aprovou nesta terça-feira (23) diversos requerimentos. Um deles permitirá a acareação entre o presidente da Limiar Brasil, Ulisses da Costa, e Audelino de Souza. Ambos já foram ouvidos separadamente pelos deputados, mas entraram em contradição em vários pontos sobre a polêmica das adoções de crianças no Sul do País.


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