O depoimento do prefeito de Londrina, José Joaquim Ribeiro (PSC), foi anexado ao requerimento protocolado pelo vereador Joel Garcia (PP) na Câmara Municipal. O documento pede a abertura de uma Comissão Processante (CP) contra o atual chefe do Executivo.
Conforme o relato da oitiva, o prefeito "manifestou a intenção de colaborar com as investigações promovidas pela Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público". No entanto, Ribeiro foi "advertido que não é pacífico o entendimento acerca da aplicação da Delação Premiada no âmbito da ação de improbidade administrativa."
Confira abaixo os principais trechos do depoimento prestado ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na última segunda-feira (3), no Gabinete da 19ª Promotoria de Justiça em Londrina.
Empresários apresentados
"Quando era vice-prefeito, no dia da inauguração do colégio da vila Portuguesa, a então Secretária de Educação, Karin Sabec Viana, abordou o declarante e perguntou se ele receberia alguns empresários e de imediato Karin chamou as pessoas de Marcos Ramos, José Lemes e um empresário de origem japonesa, que veio saber tratar-se de Wilson Yoshida." (O trio foi preso pelo Gaeco. Lemes e Yoshida tiveram as prisões revogadas. Ramos permanece detido).
Dívida de campanha
De acordo com o depoimento, os empresários questionaram se o prefeito na época, Barbosa Neto (PDT), tinha dívidas de campanha pendentes. Ribeiro afirmou que sim e os empresários afirmaram que iriam dar uma ajuda para Barbosa.
Encontro no shopping
José Lemes marcou de encontrar com Riberio no estacionamento do Shopping Royal. "O declarante ligou para Karin e pediu para que ela o acompanhasse; que o declarante recebeu o envelope e o repassou para Barbosa Neto; que o declarante levou o dinheiro na casa de Barbosa Neto, que o declarante se encontrava sozinho quando levou o dinheiro", acrescenta o documento.
Além disso, Ribeiro afirmou que esse pagamento de R$ 50 mil "aconteceu bem antes da contratação das empresas G8 e Capricórnio, por meio do procedimento carona".
Ex-secretário de Fazenda
De acordo com o relato do prefeito, R$ 100 mil foram utilizados "para pagamento de dívidas da campanha" e "Lindomar Mota dos Santos era o tesoureiro do Partido e ficou com R$ 50.000,00".
O depoimento segue com a informação de que R$ 100 mil foram pagos após a contratação das empresas G8 e Capricórnio. "Um dos pagamentos o declarante recebeu em sua casa e foi levado por José Lemes."
Antes das prisões
Na semana anterior à prisão dos empresários José Lemes e Marcos Ramos, Ribeiro afirma que "foi procurado pelo Doutor Sebastião Ferreira, que questionou se o Município iria fazer os pagamentos pendentes em relação à empresa G8."
Segundo o depoimento, ele respondeu que a mercadoria seria devolvida e os pagamentos suspensos.