O Conselho da Polícia Civil formou esta semana uma comissão composta por três delegados para investigar a denúncia de corrupção contra o ex-delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, João Ricardo Képes Noronha. A denúncia, feita no mês passado, foi protocolada pela Promotoria de Investigações Criminais (PIC) e encaminhada para a 8ª Vara Criminal de Curitiba. Elas comprovariam ligações financeiras entre Noronha e os empresários Joarez França Costa (o Caboclinho) e Paulo Pacheco Mandelli - ambos investigados por suspeita de chefiarem desmanches de carros roubados no Paraná.
Noronha teria contratado a empresa Brasposte Pré-Moldados de Concreto S/A para fazer um galpão de 600 metros quadrados na chácara de sua propriedade em Campo Magro, Região Metropolitana de Curitiba. O galpão seria construído num prazo entre 30 e 45 dias e custaria R$ 16,8 mil. A empresa teria sido paga com cheques de Mandelli e Caboclinho.
A comissão terá 30 dias para realizar as investigações internas sobre o caso e chamar Noronha para prestar esclarecimentos. O prazo poderá ser prorrogado por mais 60 dias. Este é o único procedimento administrativo contra Noronha no Conselho da Polícia Civil. Em relação ao caso de desvio de uísque em Foz do Iguaçu, nenhuma notificação oficial da Justiça foi protocolada.
Já na Justiça, a denúncia de corrupção contra Noronha começa a ter andamento oficial no mês que vem. Por não se tratar de réu preso, a denúncia dificilmente é analisada durante as férias forenses. Noronha nega as acusações e se diz vítima de uma perseguição de promotores e policiais militares da PIC.
Após receber a notificação oficial, ele terá 15 dias para apresentar defesa prévia na 8ª Vara Criminal de Curitiba.
A reportagem da Folha ligou para o telefone celular e para o escritório do advogado Luiz Machado, que defende Noronha, mas não obteve retorno das ligações.