A Comissão Especial de Inquérito (CEI) instaurada para apurar denúncias de irregularidades no curso de treinamento da Guarda Municipal também está investigando a suspeita de que guardas municipais trabalharam infiltrados em secretarias municipais.
Segundo o presidente da CEI, vereador Jairo Tamura (PSB), as denúncias chegaram através de depoimentos prestados à comissão. Até agora, 13 pessoas foram ouvidas. "Essas informações que não faziam parte do objeto principal da investigação foram colhidas e vamos fazer um relatório ao final do trabalho".
A denúncia se tornou pública depois que o vereador Joel Garcia apresentou projeto para extinguir o Serviço de Inteligência da Guarda Municipal, previsto no artigo 22 da Lei 10.774/2009, que criou a Secretaria Municipal de Defesa Social e a Guarda Municipal. "Nós determinamos na lei que a Guarda seria preventiva, ostensiva e fardada. Mas tinha guarda municipal à paisana, dentro de secretarias, investigando funcionários públicos", acusou Joel Garcia, afirmando que tem documentos que comprovariam esta situação.
Quando a lei foi aprovada, Joel Garcia era líder de Barbosa Neto e defendia veementemente o serviço de inteligência da Guarda, mas justificou-se dizendo que acreditava que este serviço seria para decidir ações de policiamento nas ruas. "O serviço de inteligência foi desvirtuado e transformou-se em espionagem"
Ainda segundo o vereador, a "espionagem" ocorreu logo após a criação da Guarda, ainda sob o comando do ex-secretário de Defesa Social, Benjamin Zanlorenci, exonerado por Barbosa Neto após denúncia de irregularidades no curso de formação.
CEI
Tamura não deu detalhes sobre a investigação acerca dos guardas que fizeram serviço sigiloso. "A lei previa esse serviço de inteligência. Vamos investigar para ver se houve excessos", comentou o vereador.
Segundo ele, Zanlorenci não foi questionado sobre o serviço secreto porque quando ele foi ouvido – no começo das investigações – ainda não havia a informação de que agentes teriam trabalhado infiltrados.
O projeto de Joel Garcia obteve parecer contrário da Comissão de Justiça, já que teria vício de iniciativa. O vereador retirou o projeto de pauta por tempo indeterminado.