O prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), classificou como "politiqueiro" seu indiciamento pela Polícia Federal no inquérito que apura a existência de um caixa 2 na campanha eleitoral do PFL em 2000, que o reelegeu. "Esta decisão tem cunho político evidente. Eu fiquei muito triste por ser indiciado sem ao menos ter sido ouvido. Foi me cerceado o direito de defesa", afirmou ele, após a solenidade de comemoração dos 16 anos da Guarda Municipal.
Cassio disse que não foi comunicado previamente sobre o indiciamento e que só ficou sabendo do fato pela imprensa. ''Fico constrangido quando os órgãos que estão responsáveis por garantir o direito do cidadão agem desta maneira'', declarou.
No inquérito finalizado na terça-feira pela Polícia Federal, Cassio é acusado de deixar de declarar até R$ 17 milhões à Justiça Eleitoral na prestação de contas de sua campanha, enviada à Justiça Eleitoral. ''Tenho minha consciência tranquila. Não sei da existência ou não de um caixa 2. Não participei de nada'', enfatizou. O prefeito voltou a dizer que não era, na época, responsável pela contabilidade da campanha.
Apesar de ter sido indiciado indiretamente -termo técnico usado quando o acusado não comparece para depor-, os advogados do prefeito conseguiram uma liminar suspendendo o indiciamento de Cassio no inquérito. A liminar, de validade questionável, foi assinada pelo juiz Jaime Stivelberg. ''A liminar que meus advogados conseguiram judicialmente barra qualquer tentativa de me indiciar desta maneira. O inquérito não poderia ter saído como saiu, às pressas. Não há razão nenhuma para que a Polícia Federal não queira me ouvir. Só posso pensar que isso tem a ver com o fato de ser este um ano eleitoral'', sugeriu.
A primeira audiência do prefeito na Polícia Federal estava marcada para o dia 5 de julho, mas Cassio não compareceu. A viagem do prefeito a Lyon, na França, impossibilitou o agendamento de uma nova audiência na semana seguinte. Depois de seu retorno ficou acertado que o depoimento seria tomado no dia 29 de julho, segunda-feira que vem. O depoimento, entretanto, teria sido mais uma vez desmarcado. Cassio alegou que tem foro privilegiado e poderia decidir o local e horário do depoimento. ''Não estava me furtando a dar qualquer tipo de explicação'', defendeu-se.
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