A remoção das cercas em volta do Palácio Iguaçu, que pertencem à Prefeitura de Curitiba, foi classificada como ''assunto encerrado'' pelo prefeito Cassio Taniguchi (PFL). Na opinião do prefeito - adversário político do governador Roberto Requião (PMDB) - tanto Requião como ele têm assuntos mais urgentes e importantes a tratar.
A opinião de Cassio, divulgada através de sua assessoria, tenta pôr panos quentes na polêmica levantada na semana passada sobre a retirada das grades. Apesar de estarem em um terreno de propriedade do governo - a Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico - as cercas de metal de 2,2 metros de altura foram manufaturadas e instaladas pela prefeitura.
As grades foram colocadas a pedido do ex-governador Jaime Lerner (PFL), depois que um grupo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) acampou por seis meses em frente ao Palácio para exigir agilidade nos assentamentos.
O governo Requião, que prometeu remover as grades durante a campanha, quer fazê-lo até meados deste mês. Requião entende que a praça não é um jardim particular e não deve ficar cercada. O processo de licitação deve ser aberto nos próximos dias.
O governo ainda avalia o destino que vai dar às grades, mas o diretor-geral da Unioeste, Paulo Sérgio Wolf, antecipou-se e pediu que elas sejam doadas para proteger o patrimônio da universidade.
No entanto, a prefeitura não pretende abrir mão de, no mínimo, autorizar uma possível doação. Segundo a assessoria de Cassio, a prefeitura tem o direito de reutilizar as cercas em outro espaço público, pois o material pertence ao patrimônio do município. E, caso o destino seja outro, a prefeitura teria que aprovar o projeto.
Há uma semana, Cassio disse que ele mandaria retirar as cercas sem a necessidade de processo licitatório - caso Requião pedisse. De acordo com o Palácio Iguaçu, não está nos planos do governador sentar para conversar com Cassio.