A sessão de julgamento do ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho durou menos de uma hora, na tarde desta terça-feira (10), na 2ª Vara do Tribunal de Justiça de Curitiba. Ele é acusado por duplo homicídio qualificado com dolo eventual pela morte de dois estudantes, no passado.
Ele dirigia um carro em alta velocidade (188% acima do permitido na via) e atingiu outro veículo com dois ocupantes no bairro Mossungue. Gilmar Rafael Souza Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20, morreram na hora. Carli Filho estava com a CNH suspensa - mais de 130 pontos em multas. Laudo da Criminalística também apontou que o ex-deputado estava embriagado.
Carli Filho entrou por uma porta lateral do Tribunal. Ele respondeu algumas perguntas e disse não recordar do acidente. No carro do advogado dele foram colocados adesivos com a seguinte frase: "190km/h é crime, queremos paz no trânsito".
Na saída do depoimento, Carli Filho foi escoltado por policiais, sob gritos de 'assassino, assassino'. "Ele nem olhou para nós", reclamou a mãe de Carlos Murilo de Almeida.
"É um ambiente muito carregado de emoções. É uma tragédia que na verdade ninguém procurou por isso. Vamos esperar ouvir as testemunhas de defesa e depois o juiz determinou abertura de prazo para manifestação. Acredito que ninguém que tem uma acusação grave como essa possa estar tranquilo. A gente aguarda com serenidade os términos do processo", disse o advogado Roberto Brezinski Neto.
Carli Filho pode parar ir à júri popular. "Eu já espera que ele dissesse não lembrar de nada. Fica claro que o processo está pronto para ser remetido ao juiz para deliberação por uma sentença de pronúncia ou não", disse o advogado da família Yared, Elias Mattar Assad.