O pedido de afastamento do prefeito Cassio Taniguchi feito pelo Ministério Público motivou os partidos de oposição na Câmara Municipal de Curitiba a insistirem novamente na criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Cooperativa de Trabalhadores Autônomos de Curitiba (Cosmo). A oposição tenta desde o ano passado criar a CPI, mas não consegue obter as 12 assinaturas necessárias para sua instalação.
O vice-líder das oposições Paulo Salamuni (PMDB) disse que na próxima sessão da Câmara, na segunda-feira, será possível completar a lista, que já conta com 11 assinaturas.
Ele também denunciou uma manobra da bancada situacionista da Câmara para impedir a sessão de ontem e evitar desta forma o debate sobre o pedido de afastamento do prefeito de Curitiba. Segundo ele, pouco depois do 2º vice-presidente da Casa, Elias Vidal (sem partido), dar início aos trabalhos, foi encerrada a sessão por falta de quórum. "A decisão de encerrar a sessão foi um absurdo, porque havia mais de 20 vereadores na Casa. Foi uma manobra da situação para evitar a discussão em torno do assunto do dia", diz Salamuni.
Salamuni garante que havia quórum e diz que outros assuntos importantes seriam discutidos ontem. Entre eles, a criação do Conselho Municipal de Saúde e a terceirização das creches municipais. "Como ontem era dia de audiência pública, as galerias estavam lotadas, e as pessoas começaram a gritar e reclamar do cancelamento da sessão."
A intenção da bancada de sustentação ao prefeito, na opinião de Salamuni, é "tentar esfriar" o assunto, porque os vereadores se reunirão somente na próxima segunda-feira. "É a política do avestruz, que enterra a cabeça no chão para não ver os problemas.".
O líder do governo na Câmara Mário Celso Cunha (PFL) contesta as afirmações do vereador peemedebista e garante que o 2º vice-presidente da Casa deu 15 minutos de tolerância para encerrar a sessão, que precisa de, no mínimo, 12 vereadores. "Até aquele momento somente oito vereadores haviam assinado a lista de presenças e por isso não havia condições de continuar a sessão", diz Mário Celso.