Em missão oficial ordenada pelo presidente dos Estados Unidos, George Bush, chega hoje ao Brasil o chefe de planejamento político do Departamento de Estado dos EUA, Richard Haas.
O diplomata tem uma missão específica: vem obter informações sobre as eleições presidenciais brasileiras em seis de outubro. O governo George Bush está interessado, especificamente em sondar o que pode acontecer se um candidato oposicionista vencer o pleito.
Com base nisso, a embaixada americana deverá convidar os quatro principais candidatos à Presidência da República - Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PPS), José Serra (PSDB) e Anthony Garotinho (PSB) - para um encontro com Richard Haas. No Itamaraty, a chegada do diplomata foi justificada de outra forma. Trataria-se de uma tentativa de reflexão do governo americano sobre as eleições brasileiras. Os brasileiros não querem dar importância à iniciativa.
O principal interlocutor de Haas será o embaixador Gilberto Sabóia, subsecretário de planejamento político bilateral do Ministério das Relações Exteriores. O americano também será recebido, em Brasília, pelo embaixador Washington Luis Pereira de Souza, secretário de planejamento político do Itamaraty.
Hoje, o diplomata deverá ainda participar um encontro com o ministro da Defesa, Geraldo Quintão. Amanhã, Richard Haas se reunirá com o chefe do Departamento das Américas, embaixador Antonino Gonçalves e o subsecretário Sabóia.
Depois, segue para São Paulo. Na quarta-feira, viaja para a Argentina. Na sexta-feira passada, o coordenador do programa de governo do candidato José Serra, Luís Paulo Vellozo Lucas, prefeito de Vitória, se reuniu no comitê do PSDB em Brasília com o secretário da embaixada dos EUA, William Baar. Vellozo Lucas fez um relato dos programas de Serra e suas metas.
O tucano foi apresentado ao assessor de Bush como o candidato com mais capacidade de enfrentar as crise. Segundo William Baar, o governo americano acompanha com expectativa o complexo quadro político brasileiro.