Política

Brasil não seria o mesmo sem o PT, diz Lula em comício

23 set 2012 às 16:46

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo (23) que o Brasil não seria o mesmo sem o PT. "Quando fazem críticas ao PT, a gente tem de fechar os olhos e imaginar o País sem o PT. Sem o PT, o Brasil não seria esse País alegre que é nem esse País orgulhoso que é", afirmou em comício em Santo André, na Grande São Paulo.

A defesa do partido feita por Lula coincide com o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), processo que envolve vários nomes petistas e virou arma eleitoral da oposição. Além disso, o fato de que Lula teria sido apontado como suposto chefe do esquema do mensalão pelo publicitário Marcos Valério levou o PT e partidos aliados a divulgar nota de desagravo nesta semana.


Hoje, depois de lembrar greves que liderou na região em 1978, Lula disse que muitas coisas aconteceram no Brasil nesses 34 anos e que a criação do partido, em 1980, "foi praticamente o começo da conquista da democracia no País". Ainda recorrendo às greves para lembrar a força dos trabalhadores, Lula convocou a militância a "voltar a ter aquele orgulho que sempre tivemos" e "virar o jogo" nas urnas nas eleições municipais de 7 de outubro. "Vamos pegar nossa bandeira, visitar rua por rua, comércio por comércio, fábrica por fábrica e defender nosso candidato", ensinou.


Dirigindo-se à plateia de 1,2 mil pessoas que ocupavam a Avenida Firestone com bandeiras e cartazes, ele fez um apelo: "Quero pedir a vocês para não dar trégua e não ter raiva de ninguém nem aceitar provocação. Quem tem o partido que temos e os candidatos que temos não precisa ter raiva de ninguém."


O comício, em apoio ao candidato petista à prefeitura de Santo André, Carlos Grana, que está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, teve a participação da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que foi secretária na cidade durante a gestão do ex-prefeito Celso Daniel (PT). Ao lembrar o petista, Lula fez referência ao assassinato do ex-prefeito há dez anos e à acusação de que foi um crime político.


"Não vou falar muita coisa que aconteceu, mas os conservadores desta cidade chegaram ao absurdo de dizer que o PT tinha alguma coisa com a morte do Celso Daniel", afirmou. "Possivelmente para apagar a memória daquele que foi o melhor prefeito que esta cidade já teve."


Ainda lembrando sua trajetória política, o ex-presidente confessou que, após perder a eleição para o ex-presidente Fernando Collor de Mello, pensou em desistir. "Hoje, passado grande tempo, dou graças a Deus de ter perdido as eleições que perdi e ter chegado ao poder com a experiência e maturidade com que cheguei."


Em referência ao jornal O Estado de S. Paulo, Lula lembrou que, quando disputava o governo de São Paulo, fez um comício no Pacaembu e havia tanta gente que duvidou de uma pesquisa divulgada pelo jornal de que o PT teria apenas 10% dos votos. "Achei que o Estadão estava mentindo, mas depois vi que estava certo e eu é que tive uma ilusão de ótica naquele comício."


Lula aproveitou a presença da ministra para elogiar a presidente Dilma Rousseff. "A Miriam é como a Dilma, que dizem que é muito durona, quer mandar em tudo. Se não for durona, querem montar no cangote dela. Para proteger a mulher nós criamos a Lei Maria da Penha. Queremos que a mulher repita neste País o que a Dilma está fazendo. Não é possível governar este País se não for dura. É preciso fazer as coisas corretas como ela está fazendo."

O ex-presidente criticou o atual prefeito da cidade, Aidan Ravin (PTB), candidato à reeleição e à frente nas pesquisas, por ter sido contra a doação de área para uma universidade federal e defendeu o ProUni, uma das bandeiras do candidato do PT em São Paulo, Fernando Haddad. Segundo Lula, no ABC as universidades federais terão 25 mil alunos, "o dobro do que eles (da oposição) já colocaram na USP (Universidade de São Paulo)."


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