Pela segunda vez, o bispo Eduardo Benedito Lopes, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), chega ao Congresso Nacional a partir de uma suplência. A primeira foi na legislatura passada, quando, primeiro suplente da bancada federal fluminense do PSB, com 59.543 votos, assumiu na Câmara dos Deputados a cadeira deixada vaga pelo deputado Alexandre Cardoso, licenciado para ser secretário estadual de Ciência e Tecnologia.
A história se repete agora, quando Lopes - desta vez sem ter recebido pessoalmente nenhum voto - se torna senador da República por ser o substituto do senador Marcelo Crivella, convidado pela presidente Dilma Rousseff para ser o novo ministro da Pesca.
Há, porém, algumas diferenças entre as situações. Em 2006, a IURD tinha como política dispersar seus candidatos por vários partidos, por isso Lopes estava no PSB. Depois, porém, a igreja evangélica decidiu ter seu próprio partido, o PRB, que Lopes, de 46 anos, preside no Rio de Janeiro.
Foi por essa legenda que Crivella, eleito em 2002 ainda pelo PL, foi reeleito em 2010, levando Lopes como suplente. Mesmo antes de ganhar o mandato, porém, Lopes ocupava um posto-chave: o de coordenador político da Universal no Rio, em substituição a Vitor Paulo que, deputado federal desde 2011, agora é coordenador político nacional da IURD. Considerado um homem de estilo sereno, Lopes gosta de visitar templos da igreja no interior do Rio e de participar dos cultos.
Pelas regras da IURD, porém, o novo senador, depois que assumir seu novo posto em Brasília, deixará de integrar a área religiosa da igreja, por assumir mandato parlamentar.