Política

Beraldin provoca novo racha na CPI do Banestado

29 abr 2003 às 20:39

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banestado, instalada pela Asssembléia Legislativa, viveu nesta terça seus momentos mais tensos desde sua criação em março. Um requerimento do presidente da CPI, Neivo Beraldin (PDT), pedindo a convocação para depoimentos do ex-governador Jaime Lerner (PFL) e do ex-secretário de Estado da Fazenda Giovani Gionédis, gerou uma das sessões mais tumultuadas da Casa neste ano.
Beraldin quer saber por que o prejuízo de R$ 2,8 bilhões registrado pelo Banestado em 1998 não foi incluído no balanço geral das contas do Poder Executivo naquele ano.

A confusão começou quando a deputada Elza Correia (PMDB) questionou a atitude de Beraldin, que enviou o requerimento à mesa executiva da Assembléia. ''Assim como ocorreu antes, o deputado Neivo Beraldin está centralizando as informações e tomando atitudes sem consultar os demais dez membros da comissão'', criticou.


O pedetista já havia sido questionado quando pôs em votação durante uma sessão da CPI o pedido de quebra de sigilo de 11 empresas, sem que os outros deputados tivessem conhecimento prévio do nome das empresas a serem investigadas. Na semana, Neivo protagonizou mais uma crise. Quis aprovar pedidos de quebra de sigilo de 45 pessoas físicas, o que também foi abortado pela maioria da CPI.


Beraldin rebateu a acusação de Elza Correia alegando que estava apenas exercendo seu direito de parlamentar. ''Esse requerimento baseia-se em documentos coletados na CPI do Banestado, mas refere-se às contas do Estado de 1998, que foram aprovadas pela Assembléia. Faço o pedido como membro da Comissão permanente de Fiscalização da Assembléia. Não preciso passar no gabinete da senhora para pedir autorização para fazer meu trabalho. Além do mais, as 22 mil páginas de informações da CPI estão à disposição no meu gabinete para qualquer deputado'', retrucou o deputado.

A fala de Neivo acabou fazendo com que as críticas de Elza ao trabalho do deputado como presidente da CPI fossem mais contundentes. ''O acesso aos documentos é cerceado. Quando fui pedir informações, fui orientada para que contratasse técnicos para analisar os papéis, como se eu não tivesse competência para analisar os documentos'', reagiu Elza.


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