A bancada do PT na Assembleia Legislativa (AL) do Paraná apresentou nesta quarta-feira (5) um requerimento solicitando "a imediata apuração dos fatos e a tomada de medidas cabíveis em relação aos atos de violência ocorridos" durante a sessão plenária de ontem. Na ocasião, seguranças da Casa retiraram à força, a pedido do presidente Valdir Rossoni (PSDB), educadores que lotavam as galerias, para se manifestar contra a aprovação do projeto de lei que prorroga por um ano os mandatos dos atuais diretores das 2,1 mil escolas públicas estaduais.
A assessoria de imprensa da AL confirmou que quatro professores foram encaminhados ao departamento médico do Legislativo, sendo que três precisaram ser transferidos, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a hospitais de Curitiba, para passar por exames mais detalhados. Eles foram medicados e liberados no mesmo dia.
A docente Sandra Gomes, de Paranavaí, porém, que revelou à imprensa ter levado tapas e empurrões, terá de passar por nova avaliação médica. Conforme a APP-Sindicato, os médicos suspeitam de que ela sofreu danos na coluna. "Eles vieram chutando, dando murro. Jogaram eu e outra professora, deram na minha cara. Isso é um desrespeito", disse. Câmeras de vídeo também mostraram um educador sendo carregado e, em seguida, levando chutes.
Representantes da entidade estão reunidos na tarde de hoje com o secretário de Estado da Educação, Paulo Afonso Schmidt, para discutir o ocorrido. O sindicato também informou que irá recorrer às Comissões Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da própria AL. De acordo com a assessoria da AL, a diretoria está colhendo imagens das agressões para avaliar que medidas tomar.
Rossoni, que nesta quarta-feira está em Brasília, participando da reunião da executiva nacional do PSDB, só deve voltar amanhã a Curitiba. No dia seguinte, ele assumirá o governo do Estado, já que o governador Beto Richa (PSDB) e o vice-governador, Flávio Arns (PSDB), estarão de licença. Ontem, o chefe da AL afirmou à reportagem da Folha de Londrina que não houve excessos. "Quando é preciso manter a ordem, pode ocorrer isso. Lamento que as pessoas não respeitem o recinto em que se encontram. Os seguranças estão a serviço do presidente, o presidente determinou a retirada e assim deve ser feito".