O deputado federal Emerson Petriv, o Boca Aberta (Pros), foi expulso neste fim de semana do grupo de Whatsapp da bancada do Paraná em Brasília, que reúne os 30 deputados e os três senadores eleitos no Estado. A remoção ocorreu porque o parlamentar londrinense enviava suas ações políticas pessoais para o grupo, utilizado para articulações políticas e discussão de pautas e projetos de lei.
A expulsão veio em seguida a um vídeo de Boca Aberta na Feira dos Cinco Conjuntos, no domingo (3), que pode ser visto, também, no Facebook que ele mantém com seu filho, deputado estadual do Paraná Mateus Viníccius Petriv, o Boca Aberta Jr. (PRTB).
O administrador do grupo é o também deputado federal Toninho Wandscheer, presidente do partido de Boca Aberta no Paraná. Wandscheer justifica sua ação afirmando que avisou todos os deputados, por duas vezes, que só são permitidas discussões de interesse coletivo dos paranaenses. Já Boca Aberta diz que a ação ocorreu porque "eles [deputados] não aceitam pobre revolucionário".
Por telefone, Wandscheer reiterou as regras do grupo. "Nós, deputados, não temos necessidade [de tomar conhecimento] dessas publicações. Quem quiser acompanhar a vida dele, que o acompanhe nas redes sociais. Eu quero é saber de lei para discutir, para aprovar", disse o presidente do Pros.
Também por telefone, Boca Aberta deu pouca importância à expulsão. "Eu não fui eleito para defender partido, nem para defender político", afirmou. "Estou c*g*nd* para bancada do Paraná. Eu sou deputado e meu filho também é e estamos aqui para atender o povo", disse. Para Wandscheer, "alguns deputados não entendem que a eleição acabou e não somos [outros parlamentares] os eleitores deles", disse, em referência ao correligionário.
Desligado de todos
Após a expulsão, Boca Aberta saiu por conta própria dos grupos do partido ao qual é filiado, afirma Wandscheer. "Nestes, ele podia postar o que quisesse. Tem vereadores que gostariam de saber o que ele está fazendo. Lá, ele podia mandar vídeo andando de bicicleta, fazendo o que quiser", diz o presidente do Pros, que disse que vai voltar a conversar com o deputado filiado pessoalmente em Brasília antes de reintegrá-lo. "Não pode haver briga entre os deputados", defende.
Boca Aberta ainda afirmou que Wandscheer devia "agradecer a Deus pelos mais de 91 mil votos recebidos" pelo deputado londrinense, "porque puxou ele [para uma cadeira na Câmara Federal]". Wandscheer nega a informação. "Não é verdade, ele que só foi eleito porque veio para o Pros. Mas não vou discutir isso, basta buscar as regras do quociente eleitoral", desviou.