Política

Auditores teriam arrecadado R$ 4,3 milhões para campanha de Beto Richa, aponta delator

11 jun 2015 às 15:03

A campanha à reeleição do governador Beto Richa (PSDB) pode ter recebido R$ 4,3 milhões do esquema de cobrança de propina descoberto dentro da Receita Estadual em Londrina. A informação, revelada pelo auditor - e delator - Luiz Antônio de Souza em depoimentos ao Ministério Público (MP), integra as investigações da segunda fase da Operação Publicano, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na quarta-feira (10), e que, até agora, resultou na prisão de 48 pessoas suspeitas de participar da organização criminosa. De acordo com as investigações, as delegacias da Receita em Curitiba e em Londrina teriam contribuído com R$ 2 milhões e R$ 800 mil, respectivamente, junto à campanha de Richa. O restante do valor (R$ 1,5 milhão) teria sido arrecadado por auditores das demais delegacias do estado, localizadas em cidades como Maringá, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa, por exemplo.

Souza contou aos promotores que o dinheiro era entregue ao ex-inspetor geral da Receita, Márcio Albuquerque de Lima, que, por sua vez, repassava o montante ao empresário Luiz Abi, considerado pelo MP o "verdadeiro gestor político" do órgão estadual. De acordo com o delator, Abi, que é primo do governador, teria intermediado o repasse de valores do esquema para a campanha de Richa.

Luiz Abi teve a prisão preventiva decretada pela Justiça na segunda fase da Operação Publicano, mas seguia desaparecido até o início da tarde desta quinta-feira. Já o PSDB informou, em nota, que jamais utilizou dinheiro ilícito para custear a campanha de Richa à reeleição. Os valores recebidos, de acordo com o partido, foram todos declarados e comprovados na Justiça Eleitoral. A legenda esclareceu, também, que Abi não fazia parte do comitê do governador e, por isso, não teve a competência de trabalhar na captação de recursos para a campanha.


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