Política

Associação do PR processa filho de Bolsonaro por comparação entre professores e traficantes

23 out 2023 às 18:04

A APUFPR (Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná) ajuizou uma ação civil pública contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, por causa de uma fala em que o parlamentar comparou professores a traficantes de drogas. A União Federal também é alvo da ação. A Associação pede o pagamento de R$ 20 mil para cada um dos cerca de 3,1 mil docentes associados.


A fala foi durante discurso em um evento pró-armas em Brasília, no dia 9 de julho deste ano. “Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar os nossos filhos para o mundo do crime”, disse Eduardo. “Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior, porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando a opressão em todo o tipo de relação. Fala que o pai oprime a mãe, a mãe oprime o filho e aquela instituição chamada família tem que ser destruída.”


Para a presidente da APUFPR, Andréa Stinghen, esse tipo de discurso faz parte de uma estratégia para manter a base da extrema direita coesa e buscar engajamento nas redes sociais. “Houve uma desconstrução da imagem do professor e do servidor público no último governo. Isso tudo é pensado, foi uma fala para a base da extrema direita”, disse Stinghen.


“Em nível de redes isso dá um impacto, porque gera engajamento, as pessoas começam a comentar contrariamente e a favor e isso repercute. O discurso de ódio funcionou no passado e eles buscam usar a mesma fórmula.”


O advogado da Associação, Daniel Godoy Júnior, disse que a entidade estuda ajuizar uma ação criminal contra Eduardo Bolsonaro. “Isso pode ser abordado sob três aspectos: do Regimento Interno da Câmara, sob o aspecto criminal e sob o aspecto da ofensa civil. Abordamos neste momento a aspecto da ofensa civil, queremos que seja reparado o prejuízo moral causado à coletividade, enfrentado de forma individual”, afirmou o advogado. “Do ponto de vista civil e da reparação do dano, está bem evidente que ele praticou uma ofensa que merece uma reparação”.


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