O advogado Joel Santos Filho afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que o empresário brasiliense Arthur Washeck Neto foi o mandante da gravação que denuncia um suposto esquema de corrupção na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Arthur é um dos donos da empresa Comam Comercial Alvorada de Manufaturados Ltda., que fornecia material de saúde e informática para os Correios.
O advogado de Joel, Hamilton Araújo, chegou a dizer, antes do depoimento, que seu cliente iria declarar à PF que o empresário não tinha envolvimento com as denúncias. No entanto, Joel manteve a versão apresentada no primeiro depoimento à polícia, em Curitiba.
Ele afirmou que Arthur Washeck estava tendo dificuldade em negociação com os Correios e, por isso, o contratou por R$ 5 mil para fazer a gravação. Segundo o delegado Luiz Flávio Zampronha, Joel disse que o objetivo do empresário era denunciar o esquema de propina ao ex-diretor de Administração dos Correios, Antônio Osório Batista.
Joel disse ainda, durante o depoimento, que Arthur Washeck teria contratado Jairo Souza Martins para fornecer a maleta com o equipamento da gravação. Jairo se apresentou à Polícia Federal e deve ser ouvido ainda hoje (12) pelo delegado Luiz Flávio Zampronha e pelo Procurador da República, Bruno Acioli, que também investiga o caso. Segundo Joel, depois da gravação, ele entregou a maleta a Jairo e não teve mais acesso à filmagem.
De acordo com o delegado, Joel afirmou também que João Carlos Mancuso - que foi solto no sábado após prestar depoimento - recebeu R$ 1 mil para participar da gravação. Ele teria sido contratado por ter conhecimento em informática e para dar mais credibilidade à negociação com o ex-chefe de Contratação e Administração de Materiais dos Correios, Maurício Marinho.
O Procurador da República, Bruno Acioli, disse ainda que está sendo investigado um contrato fechado entre a Comam e a ECT. Arthur Washeck poderia ter realizado a gravação para pressionar, posteriormente, Marinho a suspender o pagamento de uma dívida relacionada a esse contrato.
Marinho, que já foi indiciado pela Polícia Federal por crime de corrupção passiva e fraude em licitação, aparece na fita recebendo R$ 3 mil de propina dos supostos empresários, que seriam Joel Santos e João Carlos Mancuso.
Informações da Abr