Adiada mais uma vez a leitura do relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. Inicialmente marcada para a semana passada, a apresentação havia sido reagendada para esta terça-feira (28). Porém, os integrantes da CPMI pediram mais prazo (quarta-feira) para realizar os ajustes finais.
O relatório, contendo cerca de 3 mil páginas, vai propor o indiciamento de mais de cem pessoas envolvidas no escândalo do mensalão, entre elas ex-dirigentes do PT, além de descrever a origem dos recursos que abasteceram as contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. No rol dos indiciados, o ex-secretário geral do PT Silvio Pereira, que viu sua situação agravada com a divulgação de auditoria do Tribunal de Contas da União em um dos contratos da Petrobrás com a GDK. A auditoria detectou superfaturamento de US$ 23,1 milhões. A GDK presenteou Sílvio Pereira com um jipe Land Rover.
A CPI foi criada no dia 25 de maio para investigar as causas e conseqüências de denúncias de "atos delituosos" praticados por agentes públicos nos Correios. A origem foi a divulgação de um vídeo no qual o ex-funcionário da estatal Maurício Marinho aparece recebendo R$ 3 mil de propina de supostos empresários, com o objetivo de favorecer-lhes. No vídeo, Marinho detalha um esquema de corrupção que seria comandado pelo PTB e seu presidente da ocasião, Roberto Jefferson, então deputado pelo Rio de Janeiro.
Os trabalhos, porém, foram além dos Correios. O deputado Roberto Jefferson, envolvido nas denúncias, se defendeu atacando o governo e, em 6 de junho, falou sobre a existência de um esquema de pagamento de mesadas a parlamentares da base aliada em troca de apoio ao governo, o chamado "mensalão". E mencionou o nome de um empresário, Marcos Valério de Souza, que seria o responsável por operar o esquema junto com o ex-secretário de finanças do PT, Delúbio Soares.
Informações da ABr e Folha de Londrina