O ex-senador Delcídio Amaral, cassado na terça-feira (10), por quebra de decoro parlamentar, dará uma entrevista ao vivo ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na próxima segunda (16). O ex-petista e ex-líder do governo Dilma no Senado deve falar sobre a Operação Lava Jato, a crise política no País e as perspectivas do governo Michel Temer. Delcídio foi pivô de algumas das principais denúncias no âmbito da Operação Lava Jato, quando, em delação premiada, envolveu nomes como o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da presidente afastada Dilma Rousseff, o do então vice Michel Temer e do senador Aécio Neves (PSDB-MG) nos escândalos envolvendo a estatal.
O político do Mato Grosso do Sul será entrevistado pelos jornalistas Eliane Cantanhêde (colunista do Estado); Vera Magalhães (editora-executiva e colunista da revista Veja); Natuza Nery (editora da coluna Painel do jornal Folha de S. Paulo); André Guilherme Vieira (repórter do jornal Valor Econômico); e Flávio Freire (coordenador nacional e de política da sucursal do jornal O Globo em São Paulo).
Engenheiro, Delcídio comandou a Eletrosul e atuou como ministro de Minas e Energia no final do governo de Itamar Franco, em 1995. Ele foi também diretor de Gás e Energia da Petrobras no governo Fernando Henrique Cardosos. Após sair do PSDB, em 2001, elegeu-se senador pelo PT em 2002 e chegou a presidir a CPI dos Correios, que apurou o Mensalão, em 2005.
Lava Jato
Em 2015, após a divulgação de uma conversa de Delcídio com o filho de Nestor Cerveró, em que o ex-senador negocia a fuga do ex-diretor da Petrobras do Brasil, o sul-mato-grossense foi preso. Ele fechou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, homologado pelo STF, no qual fez acusações contra as cúpulas de PT, PMDB e PSDB.
Suas acusações estão entre as mais fortes da Lava Jato e deram origem a dezenas de inquéritos perante o Supremo Tribunal Federal contra políticos da base e da oposição do governo federal.
Cassação
Delcídio foi o terceiro senador da história a ser cassado desde a redemocratização, em 1989. Os outros dois casos foram o ex-senador Luiz Estevão (ex-PP e ex-PMDB), o primeiro a sofrer a sanção, em junho de 2000, e Demóstenes Torres (ex-DEM). Nos três casos o motivo foi o mesmo, quebra de decoro parlamentar.