O dono do laboratório Labogen, Leonardo Meireles, afirmou nesta quarta-feira (2) aos deputados do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que o deputado federal André Vargas (sem partido) intermediou contatos entre a empresa e o Ministério da Saúde. O empresário disse ter chegado até Vargas por indicação do doleiro londrinense Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal em março, na operação Lava Jato.
Vargas teria que viabilizar a assinatura de um convênio entre o Ministério da Saúde e o laboratório. O empresário negou que tenha participado de reunião com Vargas e Youssef simultaneamente.
Meireles também informou que Youssef fazia parte de um fundo de investidores do Labogen e teria colocado R$ 1,2 milhão no projeto do convênio. O empresário se negou a responder como o doleiro utilizava as contas da empresa, mas disse que recebia 1% das transações por isso. Youssef é apontado como a cabeça de um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 10 bilhões no País.
O Conselho de Ética apura a relação entre Vargas e o doleiro. O parlamentar - que já se desfiliou do PT - pode ter seu mandato cassado.