O deputado estadual Luiz Carlos Alborghetti (PTB) pode perder o direito de exibir seu programa diário ``Cadeia`` na Central Nacional de Televisão (CNT). O programa foi suspenso por causa da campanha política. Alborghetti disputou a reeleição e não conseguiu garantir uma das 54 vagas da Assembléia Legislativa para os próximos quatro anos. Ele deveria ter retornado ao ar no dia 7 de outubro, mas a diretoria de programação da CNT pediu que o programa voltasse a ser exibido após o segundo turno, o que não está acontecendo.
A CNT é de propriedade do deputado federal José Carlos Martinez, presidente nacional do PTB, partido de Alborghetti. Martinez apoiou no Paraná a eleição de Alvaro Dias (PDT) para o governo do Estado. Procurado pela reportagem da Folha, Martinez não quis comentar a decisão da emissora. ``Isso é uma decisão exclusiva da programação da televisão. Não comento este assunto``, limitou-se a dizer. Na emissora, ninguém quer falar oficialmente sobre a suspensão do programa de televisão.
Integrantes da programação informaram que o contrato do Cadeia com a rede tinha vigência de um ano. Eles não confirmam a suspensão definitiva do programa de Alborghetti e admitem a possibilidade de retorno a partir da semana que vem. Alborghetti não foi encontrado pela Folha para comentar o assunto. A Folha apurou junto à equipe do programa que existe uma ``guerra interna dentro da CNT``.
Existe a possibilidade de o programa não mais ser exibido pela rede de Martinez, que teria ficado descontente com o fracasso de Alborghetti nas urnas. A situação teria sido agravada com a decisão do Tribunal Reginal Eleitoral (TRE) de cassar a candidatura do parlamentar pelos próximos três anos. Martinez queria o retorno de Alborghetti ao cenário político como vereador em 2004. Alborghetti foi acusado de abuso do poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. Ele teria distribuído remédios e cestas básicas em seu programa de televisão.
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