O deputado federal licenciado André Vargas pediu a sua desfiliação do Partido dos Trabalhadores (PT) nesta sexta-feira (25). A decisão foi protocolada no diretório do PT em Londrina. Ele era pressionado pelas lideranças da legenda devido à investigação do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados sobre seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal em março. Vargas pediu licença do mandato por dois meses no dia 7 de abril.
"Venho, por meio deste, comunicar ao Diretório Municipal do PT em Londrina que a partir de hoje, 25 de abril de 2014, estou me desligando dos quadros de filiados desta agremiação partidária", escreveu o político no documento, que foi assinado na manhã de hoje.
Em nota, Vargas afirmou que irá se dedicar à defesa no Conselho de Ética da Câmara, onde é acusado de manter um relacionamento com o doleiro Alberto Youssef, suposto chefe da quadrilha presa pela Polícia Federal (PF), em março, dentro da Operação Lava Jato. O grupo teria lavado cerca de R$ 10 bilhões em seis estados mais o Distrito Federal.
Se renunciar ao mandato parlamentar, Vargas perderá o foro privilegiado e poderá ser investigado diretamente pela PF e pela Justiça Federal do Paraná, que conduzem a operação.
André Vargas fez parte do PT por 24 anos. Desde que o seu envolvimento com Youssef foi exposto, ele vinha sendo pressionado pela direção da sigla. O parlamentar renunciou à vice-presidência da Câmara, mas não atendeu ao pedido de renúncia ao mandato vindo do presidente nacional do PT, Rui Falcão.
O líder do partido chegou a afirmar no começo desta semana que a renúncia de Vargas preservaria a imagem da legenda nas eleições deste ano. Segundo ele, as candidaturas de Dilma Rousseff (Presidência), Gleisi Hoffmann (Governo do Paraná) e Alexandre Padilha (Governo de São Paulo) poderiam ser maculadas pelo suposto envolvimento do petista com o doleiro.