O advogado do prefeito Barbosa Neto (PDT), João dos Santos Gomes Filho, convocou entrevista coletiva, nesta sexta-feira (9), para criticar o pedido do vereador Rony Alves (PTB), que quer afastar o parlamentar José Roque Neto (PR) da Mesa Executiva da Câmara, na reunião que vai decidir se o pedido de abertura de Comissão Processante (CP) contra o prefeito será enviado para o plenário ou não.
O encontro estava marcado para esta sexta-feira, mas foi suspenso após pedido do advogado do prefeito. A reunião foi remarcada para a próxima terça (13).
Alves, que é vice-presidente da Câmara, disse que Roque Neto não pode participar da votação. Segundo o parlamentar, Padre Roque foi membro da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Saúde, mas apesar disso não assinou o relatório final. "Ele se absteve da votação em todos os momentos. O vereador também não apresentou em tempo hábil outro relatório com suas considerações. Então eu entendo que ele não pode participar da decisão", explicou. A Mesa Executiva estuda a possibilidade de convocar o suplente de Padre Roque.
Por outro lado, no entendimento de João Gomes, a solicitação de Rony Alves é "política e ilegal". "O pedido do professor Rony não tem nenhuma base legal ou jurídica. O vereador quer transformar um processo, que precisa ser técnico, em político", argumentou. O advogado de Barbosa definiu a atitude do petebista como "imoral". "Do ponto de vista da moralidade, querer criar caso em um momente deste é absurdo." "Esse pedido do vereador não é baseado em nenhuma lei, em nenhum regimento da Câmara. É por isso que é político", complementou.
Gomes acredita que a Mesa Executiva não vai aceitar a solicitação de Rony Alves. "Eu espero que seja jogado o jogo político dentro dos limites da legalidade. Caso isso não aconteça, vou me dirigir ao Fórum com uma medida judiciária contra essa solicitação, que é ilegal", ameaçou.
Procurado pelo Bonde, o vereador Rony Alves estava em reunião e, por isso, não pôde conceder entrevista para comentar as declaração do advogado do prefeito.
Barbosa influenciou
Segundo relatório final da chamada CEI da Saúde, Barbosa teria influenciado na contratação dos institutos Gálatas e Atlântico, as duas organizações da sociedade civil de interesse público (oscips) utilizadas no esquema de desvio de dinheiro público da área da Saúde de Londrina.
A relatora da comissão, vereadora Sandra Graça (PP), pede a abertura da CP para a continuidade das investigações.