Política

ABCR descarta baixar tarifas sem prorrogar contratos

14 ago 2013 às 08:53

As concessionárias de pedágio e o governo do Paraná estão negociando praticamente desde o início do mandato de Beto Richa (PSDB), em 2011, mas, até agora, não chegaram a um acordo sobre a queda na tarifa do pedágio. Na terça-feira (13), o diretor regional da ABCR (Associação Brasileria de Concessionárias de Rodovias), João Chiminazzo Neto, afirmou que para o preço ser reduzido os contratos teriam que ser prorrogados ou os investimentos serem remanejados ou cortados. "Se você tira a responsabilidade da concessionária, você atinge a tarifa", disse Chiminazzo.

O Palácio Iguaçu imediatamente negou a possibilidade de renovação dos contratos, que acabam daqui a oito anos. "O governo do Paraná não trabalha com a possibilidade de prorrogação dos contratos de pedágio. Esta alternativa só é possível com aval do governo federal, pois 70% das rodovias do Anel de Integração são estradas federais", respondeu Nelson Leal Junior, diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). A negociação com as concessionárias é uma das prioridades de Beto Richa (PSDB), que gostaria de ver a tarifa baixar antes de 2014, quando disputa a reeleição.


Perguntado sobre a "pressão eleitoral" nas negociações, Chiminazzo negou que o assunto tenha vindo à tona. "Não há impasse (entre as concessionárias e o governo do Paraná). Nós estamos dialogando e é um processo demorado. É uma revisão do programa inteiro", rebateu, alertando que as concessionárias cobram do tucano "perdas dos oito anos do governo anterior (de Requião, do PMDB)". "(Existem) obras que nós fizemos e que não foram reconhecidas. As concessionárias investiam, mas o governo passado não fiscalizava", disse o diretor da ABCR.


Chiminazzo argumentou que de 1998 a 2012 as concessionárias arrecadaram R$ 10,9 bilhões. Desse valor, ele diz que R$ 3 bilhões viraram investimentos, R$ 1,9 bilhão pagou impostos,


R$ 241 milhões retornaram diretamente aos cofres públicos (taxa do poder concedente) e o restante foi para as despesas. Com os números, ele quis rebater o deputado estadual Cleiton Kielse (PMDB), membro da CPI do Pedágio na Assembleia Legislativa (AL).

Kielse entende que as concessionárias arrecadaram o dobro do que divulgam (R$ 20,5 bilhões), que investiram menos de R$ 3 bilhões e que morreram 1.572 pessoas em 2011 e 2012 nas estradas pedagiadas. "Eu não sei de onde ele tira esses números", reclamou Chiminazzo, dizendo que apenas 1.018 pessoas faleceram em rodovias no período. Ontem pela manhã, o presidente da CPI do Pedágio, Nelson Luersen (PDT), disse que a comissão vai apurar os dados de Kielse e, se estiverem corretos, será votada a quebra do sigilo fiscal das concessionárias. (Com informações do jornal Folha de Londrina)


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