Uma moradora do Jardim Universitário, próximo ao bar Fábrica 1, na zona oeste, fez uma cobrança dura às autoridades da área de segurança pública em Londrina: ela e seus vizinhos não aguentam mais conviver com medo ao chegar e sair de casa. Muitas residências já foram "limpadas" por ladrões e muitos já tiveram armas apontadas para suas cabeças.
A moradora, que procurou a Rádio Paiquerê AM para relatar sua situação, disse que mora há um ano no bairro e, além de já ter sido assaltada, já viu vários vizinhos passando pelo mesmo trauma. "Em setembro do ano passado, eu, meu filho e um pintor que estava pintando o portão da minha casa fomos amarrados, ameaçados com armas na cabeça e humilhados. Eles levaram tudo o que queriam e quebraram o que não queriam. É uma humilhação e um medo muito grande", desabafou a moradora, identificada apenas como Lázara.
A mulher disse que desde "o susto" precisou fazer tratamento psicológico e tomar remédios. Mas em dezembro, na véspera de Natal, o medo voltou. Uma vizinha passou pela mesma situação: "Ela, o filho e o marido estavam saindo de casa e foram rendidos e amarrados por bandidos. Eles também levaram tudo o que puderam", contou.
"É um bairro de classe média onde tudo o que as pessoas têm foi comprado com muito trabalho. É gente que trabalha o dia inteiro e só volta à noite e acaba se deparando com a casa vazia", disse Lázara, acrescentando que muitos vizinhos já colocaram suas casas à venda.
Descaso
No caso de Lázara, passados 15 dias do roubo, ela procurou a polícia para saber se algo havia sido recuperado ou algum dos ladrões presos e ouviu uma resposta, no mínimo, mal educada: "O policial que me atendeu perguntou: 'A polícia já ligou para a senhora? Não? Então espera que ainda não temos nada sobre seu caso'. Estou até hoje esperando".
A moradora do Jardim Universitário disse ainda que é praticamente impossível ver um carro da polícia no bairro. Os vizinhos contrataram um vigilante para aguardá-los quando chegam e saem de casa, mas, normalmente, os ladrões chegam em bando, de três a quatro.
"A gente vê as notícias de outros lugares piores, como a Colômbia, por exemplo, em que havia a presença de criminosos perigosos, com todos tipo de arma, e, lá, eles conseguiram melhorar as coisas. Agora, aqui, são 'bandidinhos' com armas enferrujadas e ninguém consegue fazer nada", comparou. "Estão esperando o quê? Nos matarem, matarem nossos filhos, nossos maridos?".