O fisioterapeuta Tadeu Procópio Bueno Júnior teve sua pena ampliada para 15 anos pelo TJPR (Tribunal de Justiça do Paraná) na quinta-feira (5), em sessão da 4ª Câmara Criminal, pelo crime de estupro de vulnerável. Procópio havia sido condenado em primeira instância, em janeiro deste ano, a uma pena de 9 anos e 10 meses. O fisioterapeuta permanece preso na PEL (Penitenciária Estadual de Londrina) 1.
No entanto, conforme apresentou Bárbara Garla Stegmann, advogada de acusação, "tanto a defesa quanto a acusação recorreram na ocasião". Na sessão de quinta-feira, os desembargadores votaram por unanimidade por reconhecer a vulnerabilidade de vítima e, com isso, houve um aumento para a pena máxima, de 15 anos, pelo crime de estupro de vulnerável.
"A partir da análise do extenso conjunto probatório, os desembargadores reconheceram a autoria e a materialidade do crime de estupro de vulnerável, e, levando também em consideração o grave modus operandi utilizado pelo réu, condenaram-no a uma pena justa, que fez com que a vítima ficasse aliviada pelo cumprimento da Justiça", afirmou Bárbara Stegmann.
Tadeu Procópio foi preso preventivamente em 20 de dezembro de 2018, acusado de cometer estupro em Londrina. A denúncia foi realizada em novembro.
Outros casos
Mais duas vítimas procuraram as autoridades policiais para denunciar crimes semelhantes. Um processo está em fase de instrução, ou seja, em estágio de audiências, aguardando o interrogatório do réu. Em seguida, irá para a fase de julgamento.
A terceira denúncia está ainda em fase de investigação.
Após a prisão do fisioterapeuta e a reportagem publicada pelo Bonde em 28 de dezembro sobre o caso, a advogada de acusação Bárbara Garla Stegmann relatou que mais mulheres a procuraram para falar sobre situações semelhantes que teriam passado com ele. Na ocasião, quatro mulheres conversaram com a reportagem. Duas delas relataram abusos sofridos em 2011 e outras, em 2014 e 2015. Três dessas mulheres não moram mais em Londrina.
Modus operandi
Em dezembro, quando a primeira reportagem foi veiculada, a vítima relatou que estava em uma boate da cidade com outros amigos, mas nem ele e nem os amigos se conheciam. "A amiga dela foi embora com um amigo dele, ela [vítima] ia chamar um Uber e ele [Procópio] ofereceu uma carona. Ela o conhecia de vista e achou que não teria problema. Mas, ao invés de seguir para a casa dela, ele desviou o caminho e parou para comprar droga no meio do nada e, em seguida, foi para a casa dele", conta a advogada. "Não houve paquera entre eles na boate. Foi apenas uma carona", acrescentou.
Conforme Stegmann, a violência começou quando chegaram à casa do fisioterapeuta e ele não queria emprestar o celular para que ela chamasse um Uber. "O celular dela caiu no meio da boate e quebrou o touch (tela de toque). E, durante a violência e o estupro, o celular dela estava tocando, apesar dela não conseguir usá-lo, ele estava recebendo ligações normalmente. E, neste momento, ele jogou a bolsa dela para longe, para que não pudesse ter acesso ao celular. Na hora de ir embora, após horas de abuso, ela chamou um Uber do aparelho dele", explicou.
O Portal Bonde publicou uma reportagem com os relatos dessas vítimas. Acesse aqui.
A reportagem procurou o advogado de defesa, na época, e ele afirmou que as acusações contra seu cliente eram injustas. "A pessoa estaria bêbada e foi uma relação sexual normal, com consentimento. Não houve violência e os laudos vão mostrar isso, também. Em breve vamos provar a inocência dele", declarou na ocasião.
Atualmente, o réu está com outro advogado. O Portal Bonde procurou a nova defesa, mas, não obteve retorno até as 17h50. O espaço permanece aberto para sua manifestação, que será incluída a seguir.