Dois homens que se passaram por policiais e estavam armados com uma pistola e uma submetralhadora de uso restrito provocaram um tiroteio em um restaurante de Belo Horizonte que terminou com quatro mortos e quatro pessoas feridas, uma delas em estado grave. O crime aconteceu no fim da noite de domingo, quando ocorria um show de pagode no estabelecimento no bairro São Geraldo, na região leste da capital.
A polícia acredita que o crime seja um acerto de contas contra Vitor Leonardo dos Santos Souza, de 28 anos, que já havia sido preso por homicídio, era suspeito de outros crimes e foi o primeiro a ser morto. Além dele, Mara Lúcia da Silva e César Augusto dos Santos Brito, ambos também de 28 anos, morreram no tiroteio.
Segundo o tenente-coronel Robson José de Queiroz, comandante do 16.º Batalhão da Polícia Militar (BPM), os suspeitos tentaram fugir em uma moto, mas foram encontrados por policiais e, durante a troca de tiros, um dos acusados foi baleado. De acordo com a PM, Rodrigo Luiz Marques Cerqueira, de 22, carregava a submetralhadora e morreu antes de dar entrada no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS). O outro atirador fugiu, assim como um terceiro homem que estaria em um carro. "Tudo indica que foi realmente um acerto entre gangues. Parece que as outras pessoas não tinham nada a ver com o caso", observou Queiroz.
No restaurante onde estavam cerca de 120 pessoas foram baleados ainda Eloá Alves de Oliveira, de 22, que até a tarde de ontem permanecia internada em estado gravíssimo no HPS; Carlos Martins Dias, de 29, já liberado da mesma unidade; Kelly de Souza, de 25, e Otávio Henrique Caldas, de 29, que foram internados no Hospital Odilon Behrens e permaneciam estáveis.
O proprietário do restaurante, o tenente reformado da PM Eduardo Peixoto disse que se assustou com a quantidade de tiros e temeu que a tragédia causada pela dupla fosse ainda maior. "Depois de atirar no Vitor, o cara que estava com a submetralhadora girou e achei que ele fosse atirar em todo mundo. O lugar estava cheio na hora", contou o ex-militar, que disse já pensar até em fechar o estabelecimento, inaugurado há pouco mais de um ano.