A operação Ectoplasma I deflagrada pelo Ministério Público do Paraná, por meio da Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) pode resultar na prisão de mais pessoas ao longo dos próximos dias.
A afirmação é do procurador de Justiça, Leonir Batisti, coordenador estadual dos Gaecos. No último sábado, foram presas dez pessoas relacionadas a desvios de dinheiro da Assembleia Legislativa do Paraná, incluindo três ex-diretores: Abib Miguel, José Ary Nassiff e Cláudio Marques da Silva.
''Estamos prosseguindo com as investigações, o que pode gerar mais prisões. O MP vai fazer o seu papel'', disse Batisti. Das dez pessoas presas, duas foram liberadas no mesmo dia: Maria José da Silva e Nair Terezinha da Silva Scibicheski. As duas são parentes - sogra e cunhada, respectivamente - de João Leal de Matos, funcionário da Assembleia lotado na Diretoria Geral. Segundo o procurador, elas foram ouvidas e confirmaram que tiveram os nomes usados indevidamente. Teriam recebido cerca de R$ 150 por mês cada uma, o que será apurado para saber o dolo.
Continuam presos os ex-diretores Abib Miguel (Diretoria Geral), José Ary Nassiff (Diretoria Financeira) e Cláudio Marques da Silva (Diretoria de Pessoal); João Leal de Matos e pessoas relacionadas a ele: Iara Rosane da Silva Matos (esposa), Jermina Maria Leal da Silva (irmã), Nair Terezinha da Silva Schibicheski (cunhada que já foi solta), Priscila da Silva Matos (filha), Vanilda Leal (sobrinha) e Maria José da Silva (sogra que também foi solta).
Procurado pela reportagem, o advogado de Abib Miguel, Alessandro Silvério, disse que ainda não teve acesso ao despacho do juiz Aldemar Sternedt e, por isso, não tinha como impetrar pedido de habeas corpus. Já o advogado de José Ary Nassiff, Rogério Botelho, não foi encontrado.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Paraná, José Lucio Glomb, disse que as prisões temporárias e o material apreendido na operação comprovam que as investigações sobre irregularidades na Assembleia merecem providências firmes com o objetivo de evitar prejuízo à produção e preservação de provas.
''As sistemáticas e contundentes denúncias, veiculadas diariamente na imprensa, levam à convicção do grande poder de influência da rede de pessoas que vem sendo acusada da prática de atos ilícitos'', afirmou.