O Sindicato do Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) denunciou casos de suposta perseguição a trabalhadores do sistema carcerário que participaram da manifestação no dia 29 de abril. Naquele dia, durante confronto entre servidores estaduais e Polícia Militar em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), mais de 200 pessoas ficaram feridas.
Segundo a assessoria do Sindarspen, um agente que integrava a Divisão de Operações de Segurança foi retirado do grupo e colocado à disposição do Departamento de Execução Penal (Depen) depois que seu chefe imediato viu sua foto durante a manifestação. A justificativa dada ao trabalhador, que preferiu não se identificar, foi que ele não apresentava perfil adequado para integrar a equipe. A entidade também recebeu denúncia sobre suposta orientação do Depen aos diretores de unidades penais. Os homens que integram a base do sindicato estariam sendo intimidados a cessar as críticas em relação à administração dos presídios.
De acordo com Petruska Niclevisk, vice-presidente do Sindarspen, os casos parecem ter caráter de retaliação interna. "As denúncias que estamos recebendo nos levam a crer que essas retaliações pós-manifestação são uma tentativa de reprimir e intimidar o trabalhador, fora dos holofotes da opinião pública", diz.
As denúncias recebidas pelo sindicato estão sendo encaminhadas ao Ministério Público, que já abriu um canal para depoimento e exposição de situações similares. "Daremos os encaminhamentos e formalizaremos as denúncias. Nosso interesse é que isso seja investigado e, se provado, que os autores dessas práticas de assédio sejam notificados e processados pelos órgãos de controle externo", explica.