Comércio, empresas e até repartições públicas foram fechadas mais cedo nesta segunda-feira (15), e seus funcionários dispensados devido ao medo que tomou conta da cidade de São Paulo desde o início da onda de violência organizada pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na noite de sexta-feira (12). A circulação de ônibus na zona sul da capital está praticamente paralisada, e não há estimativa de quantos ônibus estariam funcionando dos cerca de 2.600 que circulam na região.
A antecipação do horário de pico devido ao caos que a cidade vive desde a última sexta-feira está provocando um congestionamento de 158 quilômetros em São Paulo, muito acima da média para o horário, que é de em média 40 quilômetros.
O clima de terror fez parte do comércio fechar as portas mais cedo nesta segunda-feira. Quinze shoppings da Grande São Paulo já fecharam suas portas. A lista inclui West Plaza, ABC Shopping, Central Plaza, Interlagos, Continental, Market Place, Iguatemi, ViLla Lobos, Center Light, Paulista, Higienópolis, Center Lapa, Center Norte, Lar Center, Eldorado, Anália Franco e Morumbi.
Na rua Teodoro Sampaio, em Pinheiro, zona oeste, tradicional de comércio do bairro, quase todas as lojas foram fechadas por volta das 14h40, com funcionários e clientes em pânico se recusando em ir para a rua. Os lojistas da 25 de Março, no centro, a mais tradicional rua de comércio de São Paulo, também decidiram fechar as portas. Muitas escolas suspenderam as aulas desta segunda-feira. Até o final da madrugada, a polícia havia registrado 11 ataques a agências bancárias.
Desde a noite de sexta-feira, quando começou a onda de violência, pelo menos 81 pessoas morreram em cerca de 180 ataques, segundo balaço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública. Noventa e um suspeitos foram presos e 38 foram mortos. Quatro cidadãos comuns morreram, assim como 37 policiais civis, militares e agentes penitenciários. O número de feridos chega a 49, entre policiais, agentes penitenciários e civis (15) e 104 armas foram apreendidas.
As rebeliões de presos continuam em pelo menos 17 prisões, com cerca de 65 reféns, segundo o último boletim da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado.
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