Uma operação da Polícia Federal e Receita Federal prendeu 11 pessoas acusadas de pertencer a uma quadrilha de contrabando de cigarro e fraude fiscal praticada em Foz do Iguaçu, com ramificação em cidades de dois outros Estados. Oito pessoas foram presas na fronteira, duas no Rio Grande do Sul e uma no Rio de Janeiro.
Elas são acusadas de remessas fraudulentas de fumo para abastecer fábricas de cigarros no Paraguai (o país vizinho tem 36) e de simular exportações de produtos, entre eles alimentos, bebidas, artigos de higiene, armarinhos e peças para veículos. Os envios eram feitos por exportadoras, a maioria situada em Foz do Iguaçu e região.
As empresas, que gozavam de incentivos fiscais destinados à exportação, no entanto, não remetiam as mercadorias ao estrangeiro. Os produtos eram comercializadas no mercado interno sem o pagamento dos impostos. Os órgãos federais não têm uma dimensão exata do prejuízo aos cofres públicos, porém calculam um rombo aproximado de R$ 1,5 milhão em sonegação.
O esquema foi descoberto depois de seis meses de investigação dos serviços de inteligência da Receita Federal e Polícia Federal. Acionada, a Justiça Federal emitiu mandados de busca e apreensão e prisão preventiva, que foram executados ontem pelos agentes e fiscais durante a Operação Ubatuba (nome de uma das firmas envolvidas).
Segundo o delegado-chefe da PF em Foz, Joaquim Claudio Figueiredo Mesquita, o esquema criminoso contava com a participação de empresas exportadoras de Foz, empresas do setor de fumo de Santa Cruz do Sul e Sobradinho, interior do Rio Grande do Sul. No Rio de Janeiro, o grupo tinha braços no Aeroporto do Galeão e Porto de Sepetiba.
Além das prisões de cinco sócios e seis funcionários das exportadoras, a polícia apreendeu quatro veículos, 110 caixas de fumo, computadores e documentos. Os suspeitos serão indiciados por sonegação fiscal, contrabando, descaminho, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. ''Vamos apresentar os inquéritos à Justiça para eles serem processados'', disse Mesquita.
Em Foz foram presos Roque Pandolfo, dono da Ubatuba e apontado como líder da quadrilha, segundo a polícia, além de José Luis do Nascimento, Lenil Farias Filho, Walmor Antonio Marchiotti, Edlani Donã, Valdemir Donã Júnior, Itamar Madureira e Argeu Morara. Em Sobradinho, Roy Daniel Paichmann e Martinho Licélio Luchesi. No Rio de Janeiro, André Luis Costa Vianna, funcionário de uma companhia aérea.