As polícias civis de Santa Catarina e Paraná prenderam ontem 17 pessoas que fariam parte de uma quadrilha especializada em golpes contra trabalhadores que tinham dinheiro perdido no antigo Fundo 157 (criado em 1967, durante o governo militar, e que debitava 2% do valor devido de imposto de renda para a Receita Federal para comprar cotas e ações de estatais).
Segundo a polícia, eles entravam em contato com os trabalhadores, dizendo que as ações tinham se valorizado, mas para fazer o resgate, precisariam viajar para uma determinada cidade. Assim, a vítima era induzida a contratar o informante como intermediador na negociação e acabava depositando uma valor que seria referente a despesas de viagem e taxas bancárias.
''As pessoas, ingenuamente, depositavam o dinheiro. Até porque acreditavam na história. Como alguém saberia os investimentos que ela teria no Fundo 157?'', questionou o delegado Sérgio Inácio Sirino, responsável pelas investigações no Paraná, através do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce).
Até agora, a polícia catarinense indiciou 100 pessoas em inquérito. Dos 17 presos, sete foram detidos no Paraná. A estimativa é a de que 110 pessoas (no mínimo) tenham sido lesadas desde 2004, num montante de mais de R$ 5 milhões milhões.
A Folha de Londrina entrou em contato ontem com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e descobriu que mais de R$ 500 milhões foram depositados em cerca de 3 milhões de contas em todo o Brasil devido ao Fundo 157. No entanto, o saldo médio das contas é muito baixo - cerca de R$ 180. As pessoas que declararam imposto de renda entre 1967 e 1983, e que tinham imposto a pagar naquele período, podem ter ainda algum dinheiro esquecidos nos bancos.
Quem souber em qual instituição efetuou a aplicação, pode se dirigir diretamente a ela e pedir o resgate. Quem não souber o nome do banco ou tiver depositado o dinheiro em uma instituição que não existe mais pode se informar na CVM, pelo telefone 0800-7260802 ou pelo site http://cvmweb.cvm.gov.br, no link Consulta Fundo 157.