Dois policiais federais brasileiros que tinham sido presos no Paraguai na terça-feira vão responder pelos crimes de lesão corporal grave e violação de soberania. A dupla pagou fiança e terá que se apresentar à Justiça paraguaia a cada 15 dias até que o inquérito seja concluído. A acusação foi feita pelo Ministério Público do país vizinho.
As autoridades paraguaias informaram que os agentes teriam atirado contra um suspeito de estar contrabandeando mercadorias no lado paraguaio da Ponte da Amizade. Por outro lado, a polícia nacional afirma que toda a ação aconteceu do lado brasileiro da fronteira e que se tratou de um assalto.
O suspeito, conforme nota oficial da Polícia Federal (PF), teria sido atingido na perna por disparos dos agentes, e depois correu para o lado paraguaio da Ponte da Amizade.
Como os agentes cruzaram a fronteira em busca do suspeito, eles foram levados à sede da Marinha do Paraguai e um promotor foi chamado para averiguar o caso. Eles permaneceram encarcerados e foram liberados ontem. A assessoria da PF em Foz do Iguaçu informou que o turista que pediu socorro alegou que um cordão de ouro tinha sido roubado. Além disso, destaca a nota oficial, ''após a ocorrência os marinhos paraguaios solicitaram que os policiais os acompanhassem para que fossem tomados todos os procedimentos devidos, sem fazer qualquer menção de que estariam sendo presos''.
A PF ainda informou que no processo em trâmite consta apenas que os policiais invadiram a soberania do país vizinho e efetuaram disparo contra supostos contrabandistas, ''o que contraria a verdade dos fatos''. Para finalizar, a PF informou que será instaurado um inquérito policial para apurar o roubo, além de ser encaminhado um relatório ao Itamaraty sobre o ocorrido para que as providências diplomáticas cabíveis sejam tomadas.