A maior ação conjunta entre as polícias Civil e Militar já desencadeada no litoral paranaense terminou com 13 pessoas presas e com a apreensão de crack e radiocomunicadores que invadiam a freqüência da polícia. Os detidos, na chamada Operação Faxina, são acusados de envolvimento com arrombamentos, furtos, roubos, receptação e tráfico de drogas.Foram coordenadores da operação, o delegado José Carlos Rodrigues de Almeida e o tenente Durval Tavares Júnior.
A ação foi posta em prática na última segunda-feira (13), por 20 policiais, depois de seis meses de investigação desenvolvida pelo serviço de inteligência das polícias Civil e Militar. Integrantes de pelo menos três quadrilhas distintas foram presos. Mas os coordenadores da ação garantem que, embora agindo separadamente, há como provar que eles acabavam por misturar atuações criminosas. "Quem receptava produtos furtados os trocava por droga. Quem vendia droga fazia ‘encomendas’ e isso resultava em roubos programados", disse o delegado José Carlos Rodrigues de Almeida.
Para o tenente Tavares, o fato de as prisões terem acontecido há pouco mais de um mês do início da Operação Verão, quando milhares de pessoas passam a circular pelo litoral, faz com que as famílias tenham mais segurança para seu lazer e descanso. "Com certeza teremos mais tranqüilidade nesta temporada", comentou.
Presos – Foram presos Willian Abrão, 29 anos, e Adriano Fermino da Silva, 26, que já tem passagens por furto, roubo e estelionato. Os dois são acusados de tentativa de homicídio contra Carlos Alberto Ribeiro Cardo, o "Carlão", 36, que também fazia parte da quadrilha. Ferido com 5 tiros, ele está hospitalizado. A tentativa de matar Carlão teria sido motivada por desavenças entre os integrantes do banco. Outro preso é Claudinei Moura dos Santos, 29, conhecido como "Bujão". Ele teria sido o mentor intelectual do atentado contra "Carlão". A quarta prisão foi de Emerson Wanderlei Biscoski, conhecido como "Forno", 29 anos, considerado braço direito de "Bujão", no tráfico de drogas.
Outro grupo preso seria responsável por roubos a estabelecimentos comerciais, arrombamentos e furto de documentos. Segundo apurado pela polícia, depois dos crimes, o bando se reunia na casa de Gilda Rodrigues, 29, conhecida como "Mônica Saracura", na Vila Esperança, em Guaratuba. Ela foi presa junto com Alexandre Lunardon, 35, conhecido como "Terror", e com Maurício Rabelo, o "Maumau", 29. A polícia descobriu que, na casa, os ladrões se reuniam para traçar planos e escolher os locais para cometer os crimes ou dividir os produtos roubados ou furtados e ainda fazer uso de crack.
Quatro homens acusados de arrombamentos de casas no balneário Coroados, em Guaratuba, também estão atrás das grades. Foram presos Anderson Josuel de Freitas, 23, conhecido como "Dumba", Salvador Kim, 25, Rodrigo José Vitorino, o "Role", da mesma idade, e Leandro Schimitd, 23, conhecido como "Galego".
Esgoto – A prisão que deu mais trabalho à equipe que participou da Operação Faxina foi de Francisco Kaminski, 47 anos, o "Chiquinho". Conforme o que foi levantado pela polícia, "Chiquinho" e "Bujão" tinham um esquema de fachada para a venda de drogas. Eles tinham se especializado em abrir lanchonetes em bairros da periferia de Guaratuba. "Ali, bebidas e lanches não eram a prioridade. As drogas eram vendidas sem cerimônia", disse o delegado.
Para preservar a atividade ilícita, "Chiquinho" montou uma verdadeira fortaleza na casa em que morava, com a instalação de câmeras de vigilância até em casas de passarinhos dispostas em árvores. Dali, vigiava o que ocorria a até uma quadra de sua casa. De uma lanchonete aberta por ele, nas proximidades, era possível apertar uma campainha e avisar da presença da polícia. Para prender "Chiquinho