Um vídeo de autoria dos presos da cadeia pública de Cambé (região metropolitana de Londrina) circula nas redes sociais desde a segunda-feira (27) com diversas reclamações sobre problemas estruturais da unidade. Foi criado um canal no Youtube para divulgação do material.
As principais reclamações são sobre acúmulo de lixo, doenças infecciosas, falta de higiene, ausência de programas de trabalho e de remição e dificuldades de visitas. Em determinado trecho do vídeo, os presos apontam um buraco cavado no chão, justificando que "a gente é obrigado a cavar que nem bicho" em virtude de todas as condições críticas da unidade.
Segundo o delegado responsável pela cadeia pública de Cambé, Roberto Fernandes de Lima, o vídeo teria sido feito como uma "tentativa dos presos de se vitimizar" diante das providências que seriam adotadas em face de uma tentativa de fuga através do túnel que é mostrado nas imagens. Ele ainda afirma que, excetuando-se a superlotação, nenhuma das reclamações do vídeo procede, tendo em vista haver coleta de lixo na unidade três vezes por semana e um médico que atende os presos semanalmente.
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Como ele informa, a unidade tem hoje 208 recolhidos. Destes, 123 já foram condenados e deveriam ser transferidos para presídios. Apesar de já existir determinação judicial, o delegado aponta que o Depen/PR (Departamento Penitenciário do Estado do Paraná) ainda não cumpriu a ordem. Na ala principal, onde foi gravado o vídeo, há 156 presos, sendo que a capacidade é para apenas 32.
A título de providências, o delegado disse que comunicará o Depen solicitando as transferências e instaurará procedimento administrativo para apurar como o aparelho celular ingressou na unidade. "Estamos trabalhando arduamente para evitar fugas", comunica.
*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato.