Um homem de 20 anos foi preso pela Delegacia de Homicídios de Curitiba e apresentado nesta quarta-feira (4), acusado de cometer dois homicídios e de uma tentativa de assassinato. Uma das mortes ocorreu em 2011.
Igor Amaral dos Santos foi preso na última semana acusado de praticar os crimes no bairro Novo Mundo, em Curitiba. A tentativa de homicídio teria ocorrido também em 2011 e o outro assassinato em setembro de 2013.
O homem teria matado a tiros, no dia 4 de setembro de 2011, Pedro Luiz Caes, 44 anos, além de ter baleado Débora Azevedo Assumpção, 20 anos, que sobreviveu aos tiros. O crime aconteceu na Rua Kurt Walter Hasper, no Novo Mundo. O acusado e a vítima tiveram uma discussão um dia antes do crime.
No dia do assassinato, o suspeito voltou ao local com dois homens armados e, segundo a Polícia Civil, disparou contra Caes e os disparos também acertaram a jovem de 20 anos.
O segundo caso aconteceu em 20 de setembro deste ano, na Rua Luiz Losso Filho, também no Novo Mundo. A vítima, Alex Gonçalves Honório, 31 anos, tinha ido com amigos até uma distribuidora de bebidas comprar cervejas para depois assistir a um jogo de futebol. Na volta, ele viu o carro de Santos vindo no sentido contrário e foi ao encontro dele cumprimentá-lo. Entretanto, foi surpreendido por seis disparos.
Resposta:
O advogado de Igor Amaral dos Santos, Nelmon J. Silva Jr., enviou nota à reportagem com a versão de seu cliente sobre o caso. Segue:
"Disse o delegado de polícia da delegacia de homicídios haver efetuado a prisão de Igor Amaral dos
Santos, em virtude do cometimento de dois homicídios, no bairro Novo Mundo, em Curitiba. O
primeiro homicídio imputado a Igor foi cometido em 04.12.2011, ou seja, há exatos dois anos, e que
agora, convenientemente, foi solucionado pela polícia.
Vejamos algumas contradições nas declarações dadas pelo delegado. Questionamos: se havia
mandado de prisão contra Igor pelo homicídio cometido em 2011, por que a polícia só foi prendê-lo
agora, após praticar outro homicídio? Como afirmado pelo delegado, Igor morava e agia no bairro
do Novo mundo, portanto seria facilmente localizado. Agindo dessa forma a polícia contribuiu (por
negligência) para a prática do segundo homicídio imputado a Igor?
Pior foi a versão apresentada pela autoridade policial ao relatar o segundo homicídio, quando afirma
que a vítima após receber seis tiros e arma de fogo, teve o vigor para gritar: "por que ele fez isso
comigo?", fato este que só podemos crer ocorrer nos filmes do gênero.
Julgo conveniente a polícia ter sonegado as seguintes informações: que não encontrou qualquer
arma de fogo na residência de Igor; ou que a colheita das provas deram-se sem a presença de
advogado, o que é proibido em nossa Constituição; ou ainda, que apenas existem meras alegações
de uma ou outra testemunha.
Derradeiramente, caso aceitássemos a hipótese da extrema periculosidade atribuída a Igor,
indagaríamos: por que o Juízo da causa decretou apenas prisão temporária a Igor? Seria, talvez,
outro erro judiciário? Óbvio que não, o Juízo não decretou prisão preventiva a Igor, vez que faltam
provas robustas contra ele. Cremos que não deveria nossa polícia expor pessoas alvos de
investigações, como costumeiramente o faz, pois essa atitude não protege a sociedade, ao contrário
a aterroriza sem justo motivo."