Há quase dois anos, a Polícia Civil de Ribeirão do Pinhal (57 km a oeste de Jacarezinho), no Norte Pioneiro, busca meios para tentar identificar uma ossada encontrada no dia 17 de agosto de 2014 na área rural de Jundiaí do Sul, município vizinho à Pinhal e que, segundo o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), possui 3.433 habitantes.
Na ocasião, um investigador foi chamado por um agricultor que localizou os ossos em sua propriedade. Em depoimento coletado dias depois, o ruralista disse que não tinha o hábito de andar por aquela região, mas decidiu passar pelo local enquanto arava a terra. Ele teria encontrado o esqueleto já desmembrado. "O senhor se assustou bastante, afinal, nunca tinha visto uma cena como aquela", relatou, em entrevista do Portal Bonde, o delegado de Ribeirão do Pinhal, Isaías Fernandes, que coordena as investigações.
A Polícia Civil abriu inquérito e começou a apurar o caso. O local é bem afastado, até porque a extensão rural de Jundiaí do Sul é bem grande. "Acreditamos que os ossos estavam na propriedade desde meados de 2013. Trata-se de uma região erma, onde o movimento de populares é pequeno. Contactamos os vizinhos, mas ninguém deu alguma informação importante", comentou o delegado.
A ossada foi levada para uma análise mais minuciosa do médico-legista do Instituto Médico Legal (IML) de Jacarezinho, também no Norte Pioneiro. Os exames, porém, não revelaram a idade e nem o sexo da pessoa morta. "Mesmo assim, pela minha experiência, acredito que estamos falando de uma criança entre 9 e 15 anos de idade. Além dos ossos, encontramos alguns vestígios que nos levaram à essa linha de investigação", reforçou Fernandes.
Um sutiã, uma bermuda e também um chinelo foram encontrados pelos investigadores de plantão. A polícia suspeita que a vítima seja uma garota, alvo de um ataque sexual. Ela teria sido abandonada na propriedade rural logo após o crime. Diante desta possibilidade, o delegado Isaías Fernandes, em janeiro de 2015, levou o caso até o Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), instalado em Curitiba. "Tentamos confrontar o material genético com perfis de familiares de vítimas de crimes sexuais. Até agora, não tivemos nenhuma resposta", avaliou.
Agora, o Sicride deve mapear as características no banco de dados da instituição. "O sistema é muito desatualizado. Os responsáveis das crianças encontradas após a denúncia não retornam à delegacia para dar baixa. O que sabemos é que o crime foi cometido em 2014, mas não recolhemos nenhuma digital por conta da ação do clima, o que dificultou a investigação", concluiu o delegado.
Qualquer informação pode ser levada até à sede da Delegacia de Polícia Civil de Ribeirão do Pinhal, localizada na avenida Silveira Pinto, 1532, Vila Hermínia. O telefone é o (43) 3551-1202.