Uma quadrilha especializada no roubo de veículos começou a ser desarticulada no Paraná e Santa Catarina. Policiais civis, militares e promotores públicos dos dois estados prenderam 13 pessoas na manhã desta quarta-feira. As prisões foram realizadas simultaneamente em Paranaguá, Cascavel e nos municípios catarinenses de Balneário Camboriú e Joinville, de onde as ações eram coordenadas. A suspeita é de que mais de 500 carros foram furtados pelo grupo.
Os veículos desapareciam em Santa Catarina. Alguns tinham as peças retiradas e comercializadas no estado vizinho, mas a grande maioria chegava ao Paraná. Aqui, eles eram desmanchados em Paranaguá ou enviados com documentação fria para revenda no Paraguai. Os crimes vinham sendo apurados pela Promotoria de Investigações Especiais, de Florianópolis, que teve autorização da 1ª Vara Criminal de Joinville para fazer as prisões.
No Paraná, um mecânico foi preso em Paranaguá e outras três pessoas acabaram detidas em Cascavel. Por ser a céulula principal do esquema, Joinville concentrou o maior número de prisões: oito. Um dos presos é Pedro Machado, apontado como o líder da gangue. Em Balneário Camboriú, outra pessoa foi presa. Já nos primeiros interrogatórios, surgiu a suspeita do esquema ter a participação de um dono de desmanche de Curitiba que poderia ter a prisão decretada a qualquer momento.
Quatro automóveis furtados em Santa Catarina estavam na oficina do mecânico preso em Paranaguá. O número de carros furtados pode ser maior. Dezenas de autopeças e motores foram apreendidas no local. Segundo o promotor Paulo Kessler, da Promotoria de Investigação Criminal (PIC), de Curitiba, a quantidade de material suspeito espalhada pela oficina daria para lotar um caminhão baú.
A quadrilha tinha ligações com assaltantes de banco. Kessler relatou que em pelo menos um caso, veículos furtados foram "alugados" para os ladrões que invadiram uma agência bancária em Balneário Camboriú. Os promotores paranaenses que acompanharam as diligências em Joinville ficaram surpresos com a ousadia de um dos integrantes do grupo.
Dentro do quarto de sua casa, o ladrão escondia peças e motores num fundo falso da parede. Ele desviou peças do desmanche para montar um veículo que pretendia revender.