A Polícia Civil pediu a prisão temporária do autônomo Luis Henrique Nogueira, de 27 anos, suspeito de ter arremessado do 4º andar a estudante de História Suzane Eulálica de Castro Jardim, de 23 anos, que está internada no Hospital das Clínicas com dez costelas quebradas. A aluna da Universidade de São Paulo (USP) caiu da janela de um edifício na Vila Mariana, zona sul, na madrugada de sábado, 30, e também quebrou perna e pélvis e teve a clavícula deslocada.
Após recuperar a consciência na noite de sábado, ela disse que discutiu com o rapaz, com quem havia iniciado um relacionamento três semanas antes. Ele teria feito um comentário machista sobre uma mulher no apartamento. Segundo a vítima, ativista feminista, ela chamou Nogueira de "machista". Em seguida, ele teria perguntado se ela não gostaria de olhar para a janela e a pegou pelas pernas com os dois braços para jogá-la. "Eu pus a cabeça para fora da janela, mas não acreditei que ele iria me jogar", afirmou.
"Ele a jogou", concluiu o delegado do 16º Distrito Policial (Vila Clementino), José Nascimento. "Eu queria saber da boca dele por que ele fez isso. Aparentemente não tem motivo. Foi uma discussão muito breve que não justificaria isso. Me pareceu uma ato de inconsequência, não menos covarde."
O delegado indiciou Nogueira por tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe (sórdido) e por impossibilidade de defesa da vítima. De acordo com a polícia, um advogado do suspeito entrou em contato, mas não foi confirmado se ele se apresentaria.
Uma perícia já foi realizada no local. A laje no primeiro pavimento amorteceu a queda, de cerca de nove metros.
A polícia ainda tenta esclarecer o contexto da briga. No imóvel, a Rua Afonso Celso, havia mais duas pessoas, além do casal. Os quatro passaram a noite bebendo. Segundo a investigação, as duas testemunhas, a mulher e o morador do apartamento não participaram do crime. Nogueira teria feito um comentário sobre essa mulher, que confirmou, de acordo com o delegado, que o suspeito arremessou a vítima. A estudante, mãe um menino de 4 anos, já foi ouvida pela polícia no hospital.
A versão dada por Nogueira à polícia, registrada inicialmente, foi de queda acidental. Por telefone, ele disse que não sabia de nada sobre o caso.