Máscaras de gás, panfletos, garrafas com gasolina e materiais que poderiam ser usados como bombas e explosivos foram apresentados no último sábado (12) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro entre os objetos apreendidos com os 19 ativistas presos neste sábado, suspeitos de participação em atos violentos praticados durante manifestações desde junho do ano passado.
A operação cumpriu 26 mandados de prisão temporária expedidos pela 27ª Vara Federal da capital. Nove ativistas são considerados foragidos. Dois mandados eram de busca e apreensão de menores.
Em entrevista coletiva, o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, e os delegados Alessandro Thiels e Renata Araújo, da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, informaram que mais duas pessoas foram presas em flagrante, uma por porte de maconha e outra por porte de arma, que também foi apreendida. O pai de um dos adolescentes assumiu a posse da arma, cujo registro estava vencido.
Segundo Veloso, o material apreendido seria usado para prática de atos de vandalismo. "Os bens arrecadados evidenciam de forma clara que essas pessoas estavam se mobilizando para a prática de atos de violência senão no dia de hoje [último sábado], especialmente no dia de amanhã [neste domingo]", disse.
Os ativistas detidos devem ser apresentados ainda hoje. Eles são acusados de formação de quadrilha armada e ficarão presos preventivamente por cinco dias. De acordo com a polícia, a chefe da quadrilha seria a ativista Elisa Quadros Sanzi, a Sininho, presa em Porto Alegre. "Ela reuniu todos esses outros movimentos, de protesto, e organizações para praticar atos de vandalismo", disse a delegada Renata Araújo.
Organizações não governamentais de direitos humanos, como a Justiça Global e Anistia Internacional, criticam as prisões, que consideram abusivas e questionam a realização da operação a um dia da final da Copa do Mundo.