A Polícia Federal já prendeu 78 pessoas suspeitas de envolvimento em fraudes para exploração de madeira na Amazônia. A quadrilha atuava há 14 anos e era composta por servidores do Ibama, empresários madeireiros e despachantes especializados na extração e transporte ilegal de madeira.
Neste momento, 450 policiais federais cumprem os 124 mandados de prisão e 168 de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia e Paraná, expedidos pela 1ª Vara Federal de Cuiabá. As informações são da ABr.
Segundo informações da Polícia Federal, já foram apreendidos R$ 140 mil na residência de um servidor do Ibama em Mato Grosso, dois carros importados e uma aeronave.
Entre as fraudes cometidas pelos servidores do Ibama está a venda de Autorizações para Transporte de Produtos Florestais (ATPFs) para empresas fantasmas. A investigação também descobriu que algumas autorizações já preenchidas passavam por um processo de lavagem química para serem novamente utilizadas. O documento, fabricado pela Casa da Moeda e controlado pelo Ibama, serve para acompanhar o transporte e a origem da madeira. Os servidores acusados emitiam ainda falsos laudos de vistoria e autorizavam ilegalmente a exploração em terras indígenas.
Segundo a polícia, os empresários atuavam principalmente pagando propina para aprovar projetos irregulares e extraindo madeira de áreas proibidas, entre elas algumas reservas indígenas da região. A Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema) de Mato Grosso também é acusada de emitir licenças de desmatamento ilegais.