Os 844 detentos da Penitenciária Estadual de Cruzeiro do Oeste (25 km a leste de Umuarama) estão rebelados desde o início da noite desta quarta-feira (10). O motim começou por volta das 15h30, entre aproximadamente 70 presidiários de duas alas da unidade, e se alastrou para as demais galerias nas horas seguintes, informa a Polícia Militar.
De acordo com a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), um agente penitenciário foi feito refém. A penitenciária suporta 1.108 presos e atualmente abriga 844 detentos. Parte dos amotinados tomou o terraço de uma das 32 galerias.
Recentemente, 124 presos que estavam na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC) foram remanejados para Cruzeiro do Oeste após a rebelião do final de agosto. Na ocasião, cinco presidiários foram mortos e 25 ficaram feridos.
A PM coordena as negociações com os líderes da rebelião. As cidades de Campo Mourão, Maringá e Paranavaí já enviaram unidades em apoio. Os presidiários pedem melhores condições e transferências para outras unidades penitenciárias do estado.
Em nota, o Governo do Estado repudiou a rebelião na Penitenciária de Cruzeiro do Oeste por se tratar de uma unidade com excedente de vagas. O comunicado também informa que será feita uma investigação para apontar se houve falhas operacionais que facilitaram o motim.
Faltam agentes
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Antony Johnson, disse à Folha de Londrina que no momento da rebelião havia 40 agentes trabalhando na penitenciária, já que esse é o número de agentes atuando em cada um dos três plantões. Ao todo, portanto, a unidade conta com 120 agentes, número que o Sindarspen considera insuficiente. "O ideal seria no mínimo 180", afirmou Johnson.
Segundo ele, o sindicato tem uma audiência marcada para amanhã na Secretaria de Justiça e Cidadania (Seju), em que promete reivindicar a ampliação de vagas no concurso público, implantação do Plano de Carreiras e Salários e um plano de aposentadoria especial.
Dependendo do resultado do encontro, afirmou Johnson, a categoria pode deflagrar greve geral a partir do próximo dia 17, quando haverá uma Assembleia Geral em Curitiba.
Matéria atualizada às 21h, com informações do repórter Diego Prazeres, da Folha de Londrina.