A 1ª Vara Criminal de Arapongas decretou a prisão preventiva de Carlos Alberto Nicastro Artacho, o terceiro suspeito em participar do assassinato de Fernando Begali dos Santos, de 30 anos. A decisão saiu na última sexta-feira (12), mesma data em que a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o caso.
O homicidio foi registrado no dia 28 de setembro naquele município. O filho de Artacho, Carlos Henrique Del Vecchio Artacho, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça em outubro do ano passado. Desde então, não foi mais localizado. "Com a nova decisão, ele e o pai são considerados foragidos", comentou o delegado-chefe da 22ª Subdivisão Policial de Arapongas, Osnildo Carneiro Lemes.
O outro suspeito, já preso, é Yago Rodrigues de Oliveira, 20 anos, detido no dia 14 de dezembro em Trindade (PE), após um trabalho em parceria com a Delegacia de Homicídios de Araripina, cidade também localizada no interior pernambucano. A investigação durou alguns meses até o jovem ser detido.
O jovem é conhecido do meio policial, e justamente a sua ficha criminal pode ter facilitado na prisão: Yago é acusado de ter cometido mais de 20 homicídios. O experiente pistoleiro teria sido contratado por Carlos Henrique Del Vecchio, o Caíque, para matar Fernando Begali.
Na conclusão do inquérito, a Polícia Civil reuniu elementos que fundamentaram a decisão da Justiça em decretar a prisão preventiva contra o empresário. Através do sigilo telefônico, a equipe de investigação conseguiu detectar que Carlos Alberto Nicastro Artacho, o pai, e o atirador contratado, Yago Rodrigues de Oliveira, estariam no mesmo dia em Guarulhos (SP). "Suspeitamos que ele tenha feito o transporte do pistoleiro até Arapongas antes do crime acontecer", afirmou Lemes.
Artacho foi localizado em São Paulo no dia 25 de setembro, mesma data da penúltima escala que Yago fez de Trindade (PE) até Arapongas. Em depoimento na semana passada, o empresário teria dito à Polícia Civil que "viajou apenas à negócios". Porém, no dia seguinte, 26 de setembro, os dois já estariam no Norte do Paraná. O assassinato aconteceu dois dias depois.
A defesa da família Artacho deve entrar com recurso no Superior Tribunal Federal (STF). Mesmo assim, a expectativa é que pai e filho se apresentem à polícia nas próximas semanas.
Relembre o caso
De acordo com as investigações, Fernando Begali prestava serviços para a empresa da família Artacho como motorista. Ele foi assassinado com nove tiros enquanto fazia o trajeto de Arapongas ao distrito de Aricanduva. A vítima trabalhava no momento do crime.
Para o delegado, não há dúvidas de que o homicídio tenha sido encomendado. "Por muito tempo, o Fernando trabalhou na transportadora da família Artacho. Ele ingressou com uma ação trabalhista depois de ter sido demitido", concluiu Lemes.